O anúncio da greve geral começou a desmascarar não só o governo de Mesa. Diante da nova possibilidade de desestabilização do regime, Evo Morales, do Movimento ao Socialismo (MAS), apressou-se em sair em defesa da “democracia”, do Parlamento, do próprio governo Mesa e contra a COB. “Quem diz que o Parlamento vai fechar não aceita a democracia. Só estão buscando um golpe de Estado, uma ditadura, que é o que quer a Embaixada dos EUA e Sánchez de Lozada”, afirmou.

Por trás da rejeição de Evo à convocatória da COB está seu interesse em garantir a estabilidade política do país até as eleições presidenciais de 2007. O dirigente do MAS, desde que obteve o segundo lugar nas últimas eleições, tem apostado na via eleitoral e subordinado toda sua ação política a possibilidade de se eleger.

No ano passado, o que vimos foi a vacilação de Evo diante da convocatória de greve da COB que derrubou o presidente Goni. O que vemos, agora, é Evo Morales dando todo seu apoio ao governo Mesa em nome da manutenção do regime democrático burguês, ainda que este continue cumprindo fielmente o programa econômico do FMI e aprofundando a miséria dos trabalhadores bolivianos.
Post author Yuri Fujita, da redação
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