Cerca de 250 estudantes das três universidades estaduais paulistas ocuparam, sob forte repressão, o prédio da reitoria da Unesp, na tarde do dia 18 de Junho. Os estudantes partiram do Masp e seguiram em passeata até o prédio da reitoria, na Avenida Paulista. Na entrada da reitoria os alunos sofreram uma brutal repressão da policia militar, que agrediu vários estudantes com cassetetes e gás pimenta. Mesmo assim, cerca de 40 estudantes conseguiram escapar da repressão policial e se refugiaram no décimo sétimo andar do prédio.

A polícia militar interditou a entrada e os estudantes ficaram presos no prédio. Do alto do edifício, os alunos detidos jogavam papéis picados e cartazes, para se comunicar com os demais manifestantes. “A PM está ameaçando bater. Sem imprensa não sairemos. Abaixo a repressão” alertava um dos cartazes. “A PM está a dois andares daqui querendo bater. Só negociaremos com a presença da imprensa”, denunciava outro bilhete. A PM durante toda a tarde intimidou ostensivamente os alunos, provocando e fotografando os estudantes.

Segundo José Eduardo, membro do Movimento Ruptura Socialista e aluno da Unicamp, presente no ato, “a atitude da polícia expressa como o governo estadual trata a educação. Recentemente, estudantes da Fatec foram reprimidos pelas mesmas bandeiras que levantamos aqui hoje: defesa da universidade pública, aumento do repasse do ICMS, contra a reforma Universitária de Lula”.

Universidades Paulistas em Greve
As universidades públicas estaduais de São Paulo, USP, Unesp e Unicamp, estão em greve há quase um mês. O movimento encabeçado por docentes, funcionários e estudantes luta contra o sucateamento do ensino imposto pelo governo Alckmin. O movimento de greve reivindica reajuste salarial e mais verbas à educação pública.