Dos 250 mil metalúrgicos do estado de Minas Gerais, cerca de 30 mil já perderam o emprego. Primeiro as empresas concederam férias coletivas. Agora, partem massivamente para as demissões e ataques aos direitos.

Setores inteiros estão quase paralisados, como o de ferro-gusa. Dos 108 fornos no estado, em dezembro, somente 15 estavam em funcionamento. As demissões neste setor chegam a 3 mil trabalhadores.

No setor automotivo, a Fiat, em Betim, já demitiu em torno de 2 mil trabalhadores diretos e que pode chegar a 4 mil contando com as terceiras que atuam na montadora. A Teksid, fábrica de motores, já demitiu 800 trabalhadores.

As empresas de autopeças também demitem massivamente. A Delphi, em Paraisópolis, demitiu 500 operários este mês. Existem boatos de mais 600 demissões na empresa. A Cofap, em Lavras, demitiu 300 em novembro e, agora, novamente, demite 350 funcionários.

No setor siderúrgico, a V&M (Mannesmann), em BH/Contagem, demitiu 500 trabalhadores diretos. A Belgo demitiu 200 e conseguiu a Suspensão do Contrato de Trabalho por 12 meses para 1.300 funcionários.

CUT e CTB fizeram de tudo para esconder a crise
As direções dos maiores sindicatos de metalúrgicos, BH/Contagem (CUT) e Betim (CTB), enquanto as empresas concediam férias coletivas e outras já demitiam, se apressaram em dizer na imprensa que as demissões não eram por conta da crise. Essa é a política de defender o governo no momento de crise.

Neste momento, quem paga pela crise são os trabalhadores. É preciso que as direções sindicais cumpram o seu papel de mobilizar a categoria e fazer de tudo para defender os empregos e os direitos.

Federação Democrática chama mobilização estadual para dia 12 de fevereiro
Desde o início da crise, a Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais vinha alertando os trabalhadores. Já foi orientado aos sindicatos filiados que organizem comitês em cada cidade. A idéia é unificar a luta dos sindicatos, junto com associações de bairros e outros setores da população, assim como organizar comitês de desempregados.

Além disso, acontecem também iniciativas regionais, como o ato público em Paraisópolis no último dia 19, contra as demissões na Delphi. Em Pirapora, está sendo organizada uma audiência pública na Câmara Municipal.

No dia 12 de fevereiro, será realizada uma grande manifestação contra as demissões, pela manutenção dos direitos e pela redução da jornada para 36 horas sem redução salarial. Será entregue esta pauta de reivindicações na Federação da Indústria do estado de Minas Gerais (Fiemg). Depois, haverá uma caminhada até o Palácio da Liberdade, sede do governo estadual, onde será apresentada a proposta a isenção de tarifas públicas aos desempregados. O objetivo é aumentar a pressão sobre o governo federal para a edição de uma medita provisória que impeça mais demissões.