Nessa última quinta-feira, 13 de maio, os professores e funcionários do município de Petrópolis iniciaram uma greve contra o brutal arrocho salarial promovido pelo prefeito Paulo Mustrangi (PT). O Sepe-Petrópolis vem, desde o ano passado, tentando se reunir com o prefeito para apresentar as insatisfações da categoria. Em abril deste ano, entregou a pauta de reivindicações e Mustrangi vem desde então se recusando a abrir as negociações com a categoria.

No ano passado o prefeito não concedeu nenhum reajuste ou reposição da inflação do período. Se o salário já estava muito defasado, ficou ainda pior após dois anos de inflação. A situação dos funcionários que recebem menos de um salário mínimo como vencimento,está insustentável. A política dos abonos é rejeitada por estes trabalhadores que reivindicam um reajuste que compense os últimos anos de inflação e que os abonos sejam incorporados ao salário.

Por tudo isso, cerca de dois mil educadores se concentraram em frente à Câmara dos Vereadores, em um ato. Em assembleia, os profissionais de educação decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, e depois seguiram em passeata pelo centro daquela cidade. Essa manifestação foi muito expressiva, pois tal número representa cerca de 70% da categoria. A manifestação repercutiu em toda a cidade, e como resultado dessa primeira demonstração de disposição de luta, Mustrangi marcou uma audiência para o dia seguinte (14/05), às 14h. O prefeito procurou, ao mesmo tempo, tentar dividir a categoria. Através da Secretaria Municipal de Educação e da imprensa, começou a ameaçar com retaliações os trabalhadores e anunciou que não negocia com grevistas. Toda esta situação foi criada deliberadamente pelo prefeito. Se Mustrangi governasse para o povo, aplicando mais investimentos em educação e saúde, não haveria nenhuma necessidade dos educadores irem à greve. Mas ao contrário, no momento em que há necessidade de dialogar com os trabalhadores que reivindicam melhores condições de ensino, salários e trabalho, Mustrangi cria um impasse para não atendê-los. Prova, mais uma vez, que não está preocupado com a educação e com o povo petropolitano. Mas a categoria mobilizada não deixou por menos e foi mais uma vez para as ruas. A Srª Sandra Tereza La Cava Almeida Amado, secretária municipal de educação, foi obrigada a receber mais uma vez a Comissão de Negociação.

Infelizmente, La Cava repetiu a mesma ladainha do dia anterior. Por isso, quando a Comissão de Negociação saiu da audiência, na tarde de 14 de maio, foi instalada uma nova assembléia da categoria que votou a continuidade da greve e depois seguiu em passeata pelas ruas do centro conquistando a simpatia dos trabalhadores e do povo petropolitano.

Foram mais de três horas de manifestação que denunciou o modo de governar de Paulo Mustrangi e as péssimas condições de ensino, trabalho e salário que vive a rede de creches e escolas municipais em Petrópolis. Nesta próxima segunda feira, 17 de maio, a categoria voltará a ocupar as ruas para denunciar mais uma vez o governo municipal e as reais dificuldades que existem nas escolas do município. É preciso cercar de solidariedade esses trabalhadores enviando moções e resoluções a Prefeitura de Petrópolis exigindo que o prefeito abra imediatamente um canal de negociação e atenda as reivindicações desses valorosos educadores.

Fonte: www.conlutas.org.br