Foto do cartaz do PSTU, em protesto de Porto Alegre
Reprodução / O Estado de S. Paulo

A passagem de Lula no Rio Grande do Sul foi recebida com fortes protestos. Nesta quarta, 27 de julho, um grande ato, convocado pelos servidores do INSS em greve, foi realizado contra a corrupção. No início da tarde, com cerca de 700 pessoas, uma passeata saiu da Praça da Alfândega e seguiu pelo centro de Porto Alegre. Na medida em que a passeata foi avançando pelas ruas da cidade, conquistou uma forte adesão de outros setores e da população, reunindo duas mil pessoas. A principal parte da manifestação ocorreu na “Esquina Democrática“, que fica na Rua dos Andradas com a Avenida Borges de Medeiros.

O protesto foi inicialmente chamado pelos servidores do INSS em greve há dois meses, em defesa de salário e de suas reivindicações específicas. Com a adesão de outros setores, o ato passou a combinar essas reivindicações com a luta contra a corrupção que se alastra pelo governo e pelo congresso. A Conlutas também esteve à frente da manifestação. Os manifestantes cantavam refrões como “ô Lula, que traição, tirou do povo para pagar o mensalão“.

A visita de Lula serviu para jogar na cara do presidente toda a insatisfação da população com um esquema que tira dinheiro das áreas sociais e dos salários para comprar deputados. Os cartazes do PSTU com a frase “Lula sabia” também tiveram ampla aparição, inclusive no jornal O Estado de S. Paulo.

Neste dia, o presidente Lula estava em Bagé, onde também enfrentou protestos. Um grupo de estudantes levou uma faixa denunciando o mensalão e, nas sacadas de muitas casas, cuecas foram estendidas, lembrando a prisão de um assessor petista com dólares na cueca.

Protestos e repressão no dia seguinte
Nesta quinta-feira, por volta das 8h, enquanto Lula tomava café da manhã no Hotel Plaza São Rafael e preparava-se para o último dia na região, um grupo de cerca de 50 manifestantes protestava novamente do lado de fora, com batucada e músicas como “Lula, você sabia, Marcos Valério é o seu PC Farias“.

Na saída de Lula, houve forte repressão policial e quatro pessoas foram detidas, sendo três militantes do PSTU e um do P-SOL. Um pouco mais tarde, o grupo fez um novo protesto, desta vez no Novotel, no bairro Petropólis, onde o superpelego Luis Marinho, agora ministro do Trabalho, participava de um seminário.

No dia 10 de agosto, haverá um novo ato em Porto Alegre, que servirá também para reunir os ativistas que irão em caravanas a Brasília, na marcha da Conlutas do dia 17.