Redação

“O projeto devolve para o Estado um controle brutal das entidades sindicais. É o Ministério do Trabalho quem vai dar personalidade sindical, que é o direito de um sindicato existir ou não. É um retrocesso à década de 1930, quando o governo Vargas
concedia a chamada carta sindical.”
Luis Carlos Moro, presidente da Associação Latino-Americana de Advogados Trabalhistas (Alal),
ao jornal Folha de S. Paulo, em 28/2

“A quebra da unicidade sindical é um fator relevante, pois o sindicato que for mais combativo não será escolhido como representante de determinada categoria, pois os critérios para essa representatividade não serão mais da sua base. Entendemos isso, como parte da implantação da Alca pois todas as reformas vêm para desregulamentar direitos adquiridos historicamente com a luta dos trabalhadores.
Enfrentar e lutar contra a reforma Sindical é dizer não à política neoliberal implantada pelo governo Lula.”
Sayonara Pereira de Oliveira, da Federação Nacional dos Trabalhadores do Fisco (Fenafisco)

“A função de observar e aferir os requisitos [para montar um sindicato] e dar a palavra final se uma entidade é representativa não deveria ser atribuída a um órgão público.”
Grijalbo Coutinho, presidente da Associação de Juízes do Trabalho (Anamatra), ao jornal Folha de S. Paulo, em 28/2

“É um acordo de cúpula, já que não reflete a posição de sindicatos mais próximos
dos trabalhadores.
”João José Sady, diretor da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat), ao jornal Folha de S. Paulo, em 28/2

“O projeto visa preparar terreno para a reforma Trabalhista, visto que enfraquecerá os sindicatos de base, fortalecendo as Centrais, que não têm mostrado disposição
de luta contra as reformas neoliberais do governo. No ano passado, o ministro Berzoini afirmou que o governo lidará com as reformas trabalhistas ‘sem medo de enfrentar tabus’, enquanto Lula afirmou que tudo é negociável, menos as férias
de 30 dias. Essas intenções se materializaram no projeto final de reforma Sindical, da qual foi retirado o item – presente nas versões anteriores – que garantia o princípio do ‘uso da norma mais benéfica ao trabalhador’. Ou seja: o que for negociado entre patrões e empregados pode prevalecer sobre a legislação, o que abre uma brecha importante para a perda de direitos trabalhistas.”
Maria Lucia Fattorelli, presidente da Unafisco Sindical

“Na campanha salarial do ano passado, o governo, os banqueiros e os sindicatos da CUT, a santíssima trindade, defenderam a mesma proposta salarial rebaixada. E os bancários passaram por cima deles e fizeram a maior greve da história da categoria.
Agora, juntos, novamente, a santíssima trindade defende essa reforma que vai retirar direitos e dar superpoderes às centrais sindicais pelegas.
Para nós, da Oposição Bancária, está claro que a tarefa é provocar em cada categoria rebeliões – como foi a greve dos bancários – para derrotarmos a reforma e os pelegos.”
Dirceu Travesso, do Movimento Nacional Oposição Bancária

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