Estudantes vaiam Lula dentro do Gigantinho
Wladimir Souza

Petista leva claque para tentar abafar protestosCerca de 3 mil pessoas protestam contra o governo Lula durante sua rápida visita ao Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Lula participava como convidado no evento ‘Chamada Global Pela Ação Contra a Pobreza’, enquanto do lado de fora, os manifestantes protestam contra as traições do governo Lula. ‘Ô, ô, ô, Lula traidor!’, entoam os milhares de ativistas, que não se desanimam com o sol escaldante da capital gaúcha.

‘Esse governo que se elegeu para acabar com a fome, só mata a fome dos banqueiros por lucro’, disse Luiz Carlos Prates, o Mancha, integrante da Conlutas, no carro de som do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que coordenava os protestos. A manifestação reunia trabalhadores e estudantes contra o governo e contou com a ativa participação dos militantes do PSTU, P-SOL e ativistas da Conlutas. ‘Mais do que a unidade dos que são oposição a Lula e às reformas, este ato é uma unidade entre a juventude a classe trabalhadora, uma unidade que é fundamental para derrotar os planos neoliberais e o capitalismo’, afirmou a coordenadora da Conlute, Júlia Eberhardt.

O ato também teve a participação do intelectual norte-americano James Petras, que comparou o governo Lula ao governo do ditador Castelo Branco, ao enviar tropas ao Haiti. Petras também criticou o entreguismo de Lula: ‘a Petrobrás descobre o petróleo e o governo Lula o entrega às companhias multinacionais’. Um boneco de Lula foi queimado durante o ato.

Lá dentro, mais vaias e repressão

As vaias contra Lula não se limitaram ao protesto em frente ao Gigantinho. Dentro do evento, estudantes vaiaram o presidente e dois deles foram presos e agredidos pela segurança.

O PT, tentando se contrapor às críticas ao governo, confeccionou milhares de camisetas com a inscrição ‘100% Lula’ e levou uma claque para aplaudi-lo, armando um aparato para evitar vaias e manifestações contra Lula. Apõs o evento o presidente petista embarcou no chamado ‘aéreolula’ rumo a Davos, onde certamente não será vaiado por nenhum banqueiro. Além do protesto da manhã do dia 27, é visível a indignação com o governo em todo o Fórum.