Nenhum centavo a mais!

Um absurdo. Uma provocação. Só podem ser essas as definições para o anúncio do aumento de mais de 7% da tarifa de ônibus feito pela Superintendência Municipal de Transporte (SMTT) de Aracaju. A cidade acordou na manhã desta sexta-feira, 28, indignada. Mais uma vez, o prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) faz o jogo dos empresários e passa por cima da vontade da população.

Não faz sentido pagarmos um preço tão alto. A cidade tem hoje uma das maiores quantidades proporcionais de usuários de transporte coletivo do Brasil. Motoristas e cobradores não têm os seus salários elevados na mesma proporção do aumento da passagem. Não cabe também o argumento das gratuidades. De acordo com a Lei Orgânica, toda gratuidade é paga por um fundo previamente estabelecido. Ou seja, os empresários não desembolsam nem um real a mais por isso.

As ruas e terminais de ônibus de Aracaju já foram palco de vários protestos. Manifestações de quem sente na pele a realidade dos ônibus lotados, sucateados, que não atendem às necessidades de cadeirantes, um longo tempo de espera, etc. Se R$ 2,10 já é caro e representa um custo muito alto em relação ao salário do trabalhador, o preço de R$2,25 anunciado pela SMTT não é outra coisa senão imoralidade. O desfecho de um jogo imundo que começa nas eleições, quando os empresários já compram seus privilégios bancando as campanhas de muitos dos que hoje estão no poder.

Municipalização
Chegamos num ponto que parece que os empresários são donos naturais da operação do transporte coletivo. Isso não é verdade. A própria lei é clara ao estabelecer que cabe à Prefeitura oferecer o serviço. Ela tem a OPÇÃO de conceder às empresas a operação. E para fazer isso, é preciso uma licitação. Até disso a Prefeitura abre mão.

Mas licitar não é o suficiente. Apenas com isso, continuaremos a sofrer com a lógica do lucro. A Prefeitura deve cumprir o seu papel e operar o serviço, que hoje foi dado de presente aos seus amigos empresários. Assim é possível reduzir o valor da tarifa em mais de 50%, garantir passe-livre para estudantes e desempregados e oferecer melhores salários e condições de trabalho para os rodoviários.

Que não se enganem os empresários do transporte coletivo nem o prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B). Tamanha ousadia, em nome do lucro e do luxo de poucos, não pode ter outra resposta que não seja tão ousada quanto. O revide vem à altura e não tarda a chegar. Trabalhadores e estudantes aracajuanos vêm dando mostras de disposição de luta. Não aceitaremos nenhum centavo a mais.

O PSTU faz um chamado à população a dar um basta nesta situação. Vamos à luta contra este aumento abusivo e imoral. Queremos e necessitamos de um transporte público de qualidade.

Exigimos:

– Congelamento imediato em R$ 2,10 da tarifa de ônibus sem desoneração dos empresários!

– Municipalização! Por um transporte coletivo estatal e de qualidade!

– Apresentação imediata da planilha de custos das empresas para auditoria pública!

Aracaju, 28 de janeiro de 2011

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