Presidente da companhia divulgou números pela imprensaDesde novembro de 2008 a Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, vem promovendo demissões em massa na região Sul Fluminense. Foram mais de 1.300 do seu efetivo direto e mais de 2.000 trabalhadores das empreiteiras ligadas ao ramo da metalurgia e da construção civil que prestam serviço dentro da Companhia.

No dia 20 de março, Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, anunciou na imprensa que vai demitir mais 1.200 novos trabalhadores diretos e 600 vinculados as empreiteiras.

ATAQUES SEM PRECEDENTES
A CSN teve lucros fabulosos desde sua privatização até os dias atuais. Ela cresceu mais de oito vezes seu patrimônio, fruto de uma brutal exploração de seus trabalhadores. Segundo dados do Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda -SENGE, a CSN foi vendida pela quantia irrisória e fraudulenta de R$ de 1,5 bilhão e vale atualmente R$ 8,24 bilhões.

Agora, diante da crise econômica mundial, impõem aos operários um duríssimo ataque em suas conquistas trabalhistas. Supostamente para evitar as demissões, a CSN defende que seja reduzido em 70% a bonificação das férias, passando a pagar somente 33%; reduzir drasticamente o pagamento de horas-extras para 50% em qualquer horário, seja dias normais, finais de semana ou feriados; acabar com a gratuidade do plano de saúde, fazendo o trabalhador assumir 30% dos custos; flexibilizar o adicional noturno; generalizar o banco de horas, passando de 30 para 60 dias; e, retornar imediatamente com o turno de revezamento de 8 horas, pondo fim ao turno de 6 horas conquistados na justiça por mais de 3.000 metalúrgicos em 2008.

SINDICATO DIRIGIDO PELA CTB ABRIU CAMINHO
O sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e região errou feio na política, e agora a CSN aproveita do vacilo. No final de 2008 e início de 2009, o sindicato fez vários acordos que flexibilizava direitos trabalhistas com a Volkswagen, Peugeot e com a própria CSN. Esses acordos reduziam salários, supendiam contratos de trabalhos, implantavam bancos de horas, planos de demissões e férias coletivas, tudo em nome da “manutenção dos empregos”.

Hoje, as montadoras e siderúrgicas desrespeitam esses acordos e demitem generalizadamente, fazendo com que o sindicato seja vítima de sua própria política de colaboração de classes.

VOLTA REDONDA VAI PROTESTAR NO DIA 30 DE MARÇO
Foi conformado na cidade de Volta Redonda o Movimento Demissão Zero – Contra a Retirada de Direitos. Dele fazem parte diversos sindicatos, oposições, igrejas e associações de bairros.

Frente ao grotesco ataque da CSN, o Movimento aprovou a realização de atos de protesto, às 6 da manhã e às 17h, em frente dos portões da Companhia, a ocorrer no dia 30 de março, como parte do Dia Nacional de Mobilização, convocado por diversas centrais sindicais.

A Oposição Metalúrgica do Sul Fluminense, ligada à Conlutas, vem distribuindo panfletos e mobilizando os trabalhadores nos portões das principais siderúrgicas e montadoras de automóveis da região.