Protestos nos estados preparam a grande marcha nacionalMilhares de dólares brotam de malas carregadas por engravatados ou de cuecas de assessores. Mensalões são pagos aos parlamentares em troca de apoio ao governo. Congresso, ministérios e direções dos órgãos públicos estão corrompidos.
Diversas manifestações têm ocorrido por todo o país contra a lama que se alastra nos poderes: como em São Paulo, onde servidores federais em greve distribuíram cheques fictícios de R$ 30 mil assinados por Delúbio Soares, representando o “mensalão”. Enquanto o governo insiste que não há recursos para garantir nada além do 0,1% de reajuste para a categoria, distribui R$ 30 mil de mensalão a parlamentares.

Esses são apenas o ensaio para um grande ato em Brasília no dia 17 de agosto, contra as reformas neoliberais e a corrupção.

Não podemos confiar no resultado da CPI chapa-branca. Somente a presença de milhares nas ruas pode impedir que a CPI acabe em pizza mais uma vez. Apenas a classe trabalhadora se mobilizando e empunhando suas bandeiras de luta poderá barrar as reformas neoliberais, exigir apuração, cadeia e expropriação para corruptos e corruptores! Por isso, é preciso que, neste momento decisivo da conjuntura, todos os lutadores estejam em Brasília no dia 17, ocupando a Esplanada e colocando este governo contra a parede. Diversas entidades já organizam caravanas e fazem um chamado amplo em suas categorias. Neste momento, é fundamental construir um pólo político da classe trabalhadora contra a corrupção e o governo, em alternativa à oposição de direita.

A Coordenação Nacional de Lutas está se construindo neste processo, colada às lutas da classe trabalhadora, na contramão da CUT e de sua completa integração ao governo. Por isso, no dia seguinte ao ato, a Coordenação realizará em Brasília seu segundo Encontro Nacional. Esse encontro será de grande importância para definir planos para a continuidade da luta e para debater a consolidação da Conlutas e a construção de uma alternativa de direção para a classe trabalhadora. Porque, além de ser hora de ir às ruas, agora também é hora de organizar-se.

Veja o que pensam alguns sindicalistas que estão preparando a marcha

“O Sinasefe já aprovou seu calendário de luta, com a ida a Brasília dia 17. É preciso dar continuidade à luta contra a reforma Sindical e Trabalhista.
Agora, com Marinho como ministro,
fica mais claro o atrelamento da CUT. Só com nossa luta e as massas nas ruas
é possível barrar a reforma e enfrentar
o governo”.

Wiliam Nascimento,
do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional)

“Queremos levar seis ônibus para o ato, o que daria em torno de 280 pessoas. A
discussão já está sendo feita nas
assembléias, mas devem ser feitos encontros por setor do acampamento.
O pessoal do Pinheirinho está fazendo uma
campanha para arrecadar alimentos e agasalhos em locais públicos e divulgando um novo jornal. Estamos aproveitando esse contato com
a população para
convocar o dia 17”.

Valdir Martins, o Marrom,
sem-teto da ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos (SP)

“O Sindicato dos Gráficos já definiu que vai participar do ato e vai propor na federação e na confederação. Se antes o principal era a luta contra a reforma Sindical e Trabalhista, com a nova situação política, o dia 17 toma importância maior, assumindo também a luta contra a corrupção”.

Eliana Lacerda,
do Sindicato dos
Gráficos de Minas Gerais

“Os trabalhadores da Volks recentemente se mobilizaram por contratações. Receberam da empresa uma carta de advertência e alguns representantes da Comissão de Fábrica foram suspensos. O clima no chão da fábrica é de indignação contra a Volks e também contra a corrupção que corre solta em Brasília. O dia 17 será um marco. Vamos exigir cadeia para os corruptos e corruptores e mostrar que os trabalhadores não estão engolindo o que a CUT vem fazendo”.

Francisco de Souza, o Tico, representante da Comissão de Fábrica
ala 3 Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP)

“Brasília é um mar de lama. Os trabalhadores têm que reagir, participando do dia 17 convocado pela Conlutas. Só dessa forma levantarão a cabeça,
voltando às ruas e protestando”.

Rogério Romancini, diretor, pela Volks,
do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC
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