Foto Sind Metroviários de SP
CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Os metroviários de São Paulo estão preparando uma greve para esta terça-feira (28) contra a redução de 10% do salário, anunciada pelo Metrô no mês de julho. A categoria foi informada sobre a redução por e-mail, sem qualquer negociação prévia com os trabalhadores.

Na sexta-feira (24), foi realizada uma assembleia virtual da categoria, em que se reafirmou a greve. Os trabalhadores estão em campanha salarial e após inúmeras tentativas de negociação, todas sem sucesso, mantiveram o chamado para a paralisação desta terça.

Tiveram setoriais e atos nas estações já. O corte no salário é brutal. Tem trabalhadores que perderão 40% dos seus rendimentos de um mês pro outro”, salientou o diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo Diego Vitello.

O Metrô vai parar amanhã por causa da intransigência do governo Doria. Desde o dia 30 de junho estamos com os salários cortados e não existe uma negociação de verdade”, frisou Diego.

Diego também aponta que o papel de entidades sindicais como a CTB e a CUT que estão amarrando a greve e isso abriu caminho para mais ataques da empresa. “Fingiram que existia uma negociação e foram propondo adiar a greve. Ao ver o vacilo da direção do sindicato, a empresa anunciou mais 10% de corte no salário de toda a categoria”, explicou o Diego.

Nesta segunda-feira (27), ocorre uma nova audiência online do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que pode apresentar nova proposta, e à noite ocorre assembleia da categoria de preparação da greve.

Nós vamos ter uma audiência no Tribunal às 11h e assembleia à noite para definir os preparativos da greve. Estamos todos defendendo a greve e a categoria está determinada para isso”, informou o também integrante do Sindicato Altino Prazeres.

Os metroviários se indignaram com a postura do governador João Doria (PSDB) e do Metrô que se aproveitam da pandemia para retirar direitos e reduzir salários.

E é justamente num momento tão difícil, com falta de funcionários, contaminação e mortes, que o governador Doria e a direção do Metrô querem retirar direitos duramente conquistados pelos metroviários. É uma atitude que merece o repúdio de todos”, informa em nota o Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

Os metroviários, que são considerados trabalhadores essenciais, não pararam durante a pandemia, e estão submetidos ao alto risco de contaminação e mortes pelo coronavírus. A empresa, ao invés de oferecer proteção e direitos a essa categoria tão fundamental para a população, vai à contramão disto e reduz direitos.

De acordo com levantamento feito pelo sindicato, um metroviário que estava na ativa e quatro afastados morreram pela Covid-19. Nas Linhas 1, 2, 3 e 15 chega a 325 o número de afastados. Há também afastamentos nas Linhas 4 e 5 e nos terceirizados que atuam no metrô. Mas os números são bem abaixo da realidade porque existe subnotificação dos casos.

Os metroviários também estão em luta contra o aumento da contribuição no plano de saúde, durante a pandemia. “Justamente no momento em que os trabalhadores mais precisam de assistência médica, Doria/Metrô aumentam os valores. Se isso acontecer, muitos metroviários não terão como manter seus planos de saúde”, alerta o sindicato.

A CSP-Conlutas manifesta seu apoio à greve anunciada pela categoria, com a exigência de reversão da redução de salários da categoria e manutenção de direitos já conquistados.