Há anos estamos na batalha para pautar a discussão do machismo na sociedade nos fóruns do movimento estudantil, sindical e popular. Trata-se de um tema que nos custa muito caro, porque são centenas de mulheres que são impedidas de militar por conta do machismo que elas têm que enfrentar dentro do movimento, dentro de suas próprias casas e nos locais de trabalho e estudo.

O PSTU já expulsou de suas fileiras alguns ex-camaradas que cometeram atos machistas graves que se mostraram incompatíveis de forma absoluta com o nosso programa. Não temos problema de cortar em nossa própria carne publicamente quando erramos, diferente de outras organizações que escondem seus agressores machistas e protegem seus dirigentes.

É importante ressaltar que o conflito desencadeado na UERJ foi detonado a partir de uma ação machista do militante do MEPR, José Neto, conhecido como “Zé”, quando o mesmo interrompeu aos berros a fala de nossa militante Pâmela (negra, mulher e jovem) quando ela denunciava as ameaças físicas que essa organização stalinista faz com frequência contra o PSTU e outras organizações. Esse fato foi visto por todos os estudantes presentes na assembleia, que podem nos desmentir caso estejamos falando uma mentira.

Em seguida, Eden Pimentel, Vinícius Santos, Shirlene Feitosa, Ludimila, Yoran Ybarra e José Neto foram para cima dos nossos militantes e nos expulsaram da assembleia através da intimidação física. Mais uma vez todos os que estavam presentes no local presenciaram este fato. Nossos militantes ficaram refugiados dentro de um centro acadêmico.

A intimidação contra a Pâmela tem uma característica muito especial pelo fato dela ser negra. As mulheres negras estão em uma posição social onde a opressão sobre elas é açoitada com uma força brutal. São elas que carregam nas costas séculos de escravidão e arrastam atrás de si uma série preconceitos e adjetivações hostis.

O MEPR iniciou uma série de calúnias que os “capangas” do PSTU teriam agredido mulheres, o que não podem provar, porque simplesmente não aconteceu. Chegam a citar o trabalhador da Petrobras, Eduardo Henrique, como um dos agressores de mulheres, mas não há um vídeo, foto ou testemunha de tal ação. É uma típica calúnia stalinista.

Chegaram ao cúmulo de nos acusar de roubar mochilas e um aparelho celular. Ridícula a acusação. Realmente não conhecem nossas tradições.

Enfraquece a luta das mulheres trabalhadoras utilizar o combate ao machismo para fazer calúnias políticas, pois desmoraliza o tema e fragiliza as companheiras que de fato sofreram agressões de homens.

O PSTU tem uma larga trajetória neste debate. Grande parte de nossos dirigentes são mulheres; publicamos uma série de livros sobre este tema; em nosso programa tratamos a questão das opressões como uma questão de princípios; somos parte de coletivos e entidades no movimento social; estamos em todos os 8 de Março; nossas companheiras são organizadas para se autodefenderem.

Quem deve muito nesta discussão é o MEPR. Os direitos conquistados pelas mulheres a partir da Revolução Russa foram sendo atacados um a um durante a degeneração stalinista da ex-URSS. O stalinismo sempre colocou esse debate em um último plano. O MEPR tem uma concepção que o problema do machismo e do racismo serão tratados somente depois da revolução. Nunca fizeram críticas às perseguições e assassinatos de homossexuais nos Estados dirigidos pelos stalinistas. Tratam a homossexualidade como doença e degeneração capitalista.

Não toleramos que nenhuma militante nossa seja atacada ou intimidada. Não aceitaremos que o combate ao machismo seja utilizado para nos caluniar.

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