Redação

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Centenas de ativistas, entidades, partidos políticos, lideranças sindicais, indígenas e dos movimentos sociais divulgaram nesta segunda-feira, 20, uma carta dirigida ao cantor e compositor Milton Nascimento pedindo para que cancele um show marcado para Tel Aviv no dia 30 de junho.

A iniciativa é do “Boicote, Desinvestimento e Sanções” (do Brasil e da América Latina), mais conhecido como BDS, um movimento global que preconiza a campanha pela prática de boicote econômico, acadêmico, cultural, esportivo e político ao Estado de Israel, com os objetivos de pôr fim à ocupação e à colonização dos territórios palestinos e assegurar o direito de retorno dos milhões de refugiados às suas terras.

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Aprendemos com sua música que todo artista tem que ir aonde o povo está. Certamente o povo não está com o apartheid, a colonização e a ocupação”, explica a carta ao artista. O documento afirma que tocar em Israel significa “endossar políticas e práticas racistas, coloniais e de apartheid – ilegais sob o direito internacional. Ademais, o governo israelense apresenta os shows em Israel como um sinal de aprovação a suas políticas. Israel viola sistematicamente o direito internacional ao impedir o retorno dos refugiados palestinos, ao colonizar e ocupar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza e ao discriminar sistematicamente os palestinos hoje cidadãos de Israel“.

A carta ainda lembra que muitos artistas se recusaram a realizar shows em Israel, como Lauryn Hill, Roger Waters (Pink Floyd), Snoop Dog, Carlos Santana, Cold Play, Lenny Kravitz, Elvis Costello e Linn da Quebrada. E ainda lembra que o arcebisbo sul-africano Desmond Tutu, Nobel da Paz e uma das lideranças na luta contra o apartheid em seu país nos anos 80, é um importante apoiador da campanha de boicote a Israel. Para os signatários do documento, tocar em Israel seria o mesmo que se apresentar na África do Sul durante o regime do apartheid.

Nas redes sociais, o BDS Brasil está usando a hashtag #CancelaMiltonNascimento #BDS. Participe da campanha! Peça a Milton Nascimento que não faça nenhum show em Israel!
Para participar da campanha basta clicar aqui.

Confira a carta na integra:

“Querido Milton “Bituca” Nascimento,

Com admiração pelo seu trabalho e compromisso histórico com lutas por liberdade, justiça e igualdade, pedimos que cancele seu show em Israel, previsto para 30 de junho.

Aprendemos com sua música que todo artista tem que ir aonde o povo está. Certamente o povo não está com o apartheid, a colonização e a ocupação. O coração de estudante, que agora se levanta no Brasil pelo direito à educação, não bate pelo apartheid israelense, que impede esse e outros direitos humanos fundamentais aos palestinos. Os povos da floresta não concordam com a colonização. A “semente da terra” não pode germinar sob o sangue dos oprimidos, o sangue dos palestinos derramado cotidianamente pela ocupação israelense.

Tocar em Israel vai na contramão disso. Significa endossar políticas e práticas racistas, coloniais e de apartheid – ilegais sob o direito internacional. Ademais, o governo israelense apresenta os shows em Israel como um sinal de aprovação a suas políticas. Israel viola sistematicamente o direito internacional ao impedir o retorno dos refugiados palestinos, ao colonizar e ocupar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza e ao discriminar sistematicamente os palestinos hoje cidadãos de Israel. As políticas discriminatórias de Israel também se manifestam contra refugiados e migrantes africanos: recentemente milhares de etíopes foram brutalmente reprimidos ao protestarem contra o racismo no país.

Nosso pedido faz coro ao chamado de artistas e da sociedade civil palestina para que artistas não se apresentem em Israel. Entre aqueles que responderam a esse chamado, cancelando seus shows em Tel-Aviv, estão Lauryn Hill, Roger Waters (Pink Floyd), Snoop Dog, Carlos Santana, Cold Play, Lenny Kravitz, Elvis Costello e Linn da Quebrada.
O arcebisbo sul-africano Desmond Tutu, Nobel da Paz, é um importante apoiador desse chamado e explica que apresentar-se em Tel-Aviv é errado, “assim como dissemos que era inapropriado para artistas internacionais tocarem na África do Sul durante o apartheid, em uma sociedade fundada em leis discriminatórias e exclusividade racial”. Apresentar-se em Israel seria como fazer um show em Sun City na África do Sul do apartheid.

Por favor, não ignore esse chamado. Os palestinos não querem mais a morte, têm muito o que viver! Quem cala morre com eles, quem grita vive com eles. A voz que vem do coração diz não ao apartheid!”

BDS Brasil
BDS México
Frente em Defesa do Povo Palestino
Comité Chileno de Solidaridad con Palestina
Comitê do Grande ABC/SP de Solidariedade ao Povo Palestino
Comitê de Solidariedade com a Palestina – Bahia
Frente Gaúcha de Solidariedade ao Povo Palestino
Comitê Cearense de Solidariedade ao Povo Palestino
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
Campanha Global pelo Retorno à Palestina – Brasil
Ibraspal – Instituto Brasil Palestina
Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino – USP
Sociedade Árabe Palestina Brasileira de Corumbá
Sociedade Árabe Palestina de Brasília
Espaço Cultural Al Janiah
Associação Islâmica de São Paulo
Aliança Palestina Recife

LIDERANÇAS INDÍGENAS E CAMPONESAS:
Sônia Guajajara, Coordenação Executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)
Cacica Cátia Tupinambá de Belmonte, defensora de direitos humanos, acompanhada pelo PPDDH
Cacique Ramon Tupinambá- Aldeia Tukum Território Indigena Tupinambá de Olivença Ilhéus Bahia
Cacique Kariri Xokó Jailson. Povo Kariri-Xokó -Paulo Afonso. Bahia
Sonia Barbosa, membro da Comissão Guarani, liderança da TI Jaraguá
Marcos Karai, liderança Guarani (Conselheiro Distrital CONDSI-Litoral Sul)
Kum’tum Akroá Gamella, liderança Povo Indigena Akroá Gamella – Território Taquaritiua – Maranhão
Cacica Elizete Antunes, da Aldeia Yaka Porã-TI Morro dos Cavalos e articuladora da região sul de Santa Catarina da Comissão Nhemongueta
Cacique Sinval Tupinambá de Olivença
Osmarino Amancio Rodrigues, líder seringueiro (Acre)
Edimar Lima, seringueiro (Brasileia/Acre)

MOVIMENTO SOCIAL, POPULAR E SINDICAL:
Soweto Organização Negra
Quilombo Raça e Classe
Conen – Coordenação Nacional de Entidades Negras
Coletivo de Entidades Negras (CEN)
Uneafro Brasil
Unegro – União de Negros pela Igualdade
Blog NegroBelchior
Fonsanpotma- Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana
Movimento Negro Unificado (MNU)
MARÉ 0800 – Movimento de Favelas do Rio de Janeiro
Rolé dos Favelados – Movimento de Favelas do Rio de Janeiro
Julho Negro – Movimento de Favelas do Rio de Janeiro
Coletivo autônomo de mulheres pretas – Adelinas
Coletivo Kilombagem
Marcha das Mulheres Negras de São Paulo
Movimento Mães de Maio
Movimento Mulheres em Luta
Marcha Mundial das Mulheres
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
Movimento Mulheres pela P@Z!
Coletivo de Esquerda Força Ativa
Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada
Apropuc – Associação dos Professores da PUC-SP
CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular
CUT Brasil – Central Única dos Trabalhadores
Sintuff (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF – Universidade Federal Fluminense)
Sintsep-PA (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público no Estado do Pará)
Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo
Sintusp – Sindicato dos Trabalhadores da USP
Juventude Vamos à Luta
Rebeldia – Juventude da Revolução Socialista
Grupo Tortura Nunca Mais – São Paulo
Amparar – Associação de Amigos/as e familiares de presos/as
Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz
Unisol Brasil – Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários
Abong – Associação Brasileira de ONGs
FFIPP-Brasil – Rede Educacional pelos Direitos Humanos em Palestina/Israel
Associação Cultural José Martí do Rio Grande do Sul

PARTIDOS POLÍTICOS:
Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST-PSOL
PSOL- Partido Socialismo e Liberdade
PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
PCB – Partido Comunista Brasileiro
PartidA FeministA

ORGANIZAÇÕES CULTURAIS:
Orquestra Mundana Refugi
Cooperativa Paulista de Teatro
Grupo de Teatro Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes
Slam da Guilhermina
Slam Interescolar de São Paulo
Portal Catarinas
Palabra (Palavras africanas no Brasil) – Grupo de estudos sobre Áfricas e diásporas

ADESÕES INDIVIDUAIS:
Rogério Ferrari, fotógrafo
Iman Adi, professora
Christina Queiroz, jornalista
Lucia Rodrigues, jornalista
Soraya Misleh, jornalista
Ashjan Sadique Adi – diretora-secretária de Mulheres da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal)
Sadique Adi – Comerciante.
Rahma Beirat – Comerciante.
Qaher Adi – Autônomo.
Iman Adi – Professora.
Haula Rabah – Advogada
Juhaina Habash assistente administrativo
Elizabeth Hazin – Professora
Reem kamel – Microempresária
Nelly Safa – Comerciante
Amena Gazapina – Autônoma
Hajer Atari – Arquiteta
Hamida Awwad- Empresária
Nijma Rahman – Administradora de Empresas
Nadia Abur – Comerciante.
Muna Muhammad Odeh- professora
Sabah Thalji – comerciante
Keithe Hamid – professora
Cláudia Hamid – gerente administrativo
Muna Sahori-comerciante
Shedia Mustafa – advogada
Leila Hamid – professora
Ayat Yaser – estudante de Relações Internacionais
Yara Saleh – estudante
Nahida Tamimi – empresária
Sarah Sael Atari – contadora
Latifah Sael Atari – fotógrafa
Fátima Ali – vice-presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal)
Regina Hamid – conselheira fiscal da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal)
Yasmin Hadi – diretora de Cultura da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal)
Yasmin Ali – psicóloga
Hanen Zatar Jaber- empresária
Nahida Khattab Hassan – professora
Satva Asfora-socióloga
Fátima khattab Hassan – professora
Aixa Khattab Hamid – comerciante
Ibrahim Muhd Abdel Latif, aposentado
Arminda Borges Latif, professora aposentada
Abdel Latif Hasan Abdel Latif, médico
Jamile Abdel Latif, advogada
Yasmin Emad Abdel Latif, médica veterinária
Lucia Helena Issa, escritora e jornalista
José Arbex Jr., professor de jornalismo da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
João Baptista M. Vargens, Setor de Estudos Árabes da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Mona Mohamad Hawi, professora de Língua Árabe do Departamento de Letras Orientais da USP (Universidade de São Paulo)
Jamil Ibrahim Iskandar, professor de Filosofia na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
Jean Roberto de Oliveira, estudante de Direito da Facamp (Faculdades de Campinas)
Gabriel Sayegh, engenheiro, Civilplan Consultoria de Imóveis Ltda.sociedade árabe Palestina Brasília
Mohamed Habib, professor titular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ex pró-reitor e ex-coordenador de Relações Internacionais da mesma universidade
Gabriel Bonduki, conselheiro permanente do Club Homs (SP)
Sérgio Silva – fotógrafo
Luiza Romão – atriz e poeta
Alfredo Feres Neto – professor associado da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília
Terezinha Vicente – jornalista e ativista feminista
Rita Freire, jornalista
Reginaldo Nasser, professor de relações internacionais da PUC-SP
Francirosy Campos Barbosa, docente associada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP
Angela Lano, jornalista InfoPal.it
Fátima Froes – jornalista
Tatiana Scalco – jornalista
Fabio Bosco, socialista
Rafael Vilela, fotógrafo e jornalista
Sonia Jay Wright, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Beatriz Giugliani, estudante
Beatriz Abramides, professora de Serviço Social da PUC-SP
Ana Amélia da Silva- professora de Sociologia da PUC-SP
Antonio Carlos Mazzeo- professor de Serviço Social da PUC-SP
Leonardo Massud- Professor de Direito PUC-SP
Regina Gadelha- Professora de Economia da PUC-SP
Urbano Nobre- Professor de Jornalismo-PUC-SP
Victoria Claire Weischtordt – professora de Inglês da PUC-SP
Milton Hatoum, escritor
Cyro Garcia – PSTU-RJ
“Geraldinho” Rodrigues, Heitor Fernandes e “Paulão” Almeida – Diretores da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FENTECT)
Karine Garcêz, fotógrafa

#CancelaMiltonNascimento