Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

 Vera (pré-candidata à Presidência) e Hertz (pré-candidato a vice)

A Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) por crimes que todo o país sabia que ele praticava abertamente: o racismo, assim como preconceitos contra indígenas, mulheres, LGBT’s e refugiados.

Mas Bolsonaro não é um racista qualquer, ele é um racista que ocupa o cargo público de deputado federal no país mais negro fora do continente africano, e ainda pretende concorrer à presidência da República. Ele sabe, ou pelo menos deveria saber, que existe um genocídio negro no Brasil e que esse genocídio é a materialização do racismo, ou seja, o racismo mata e um racista que tem aproximadamente 30% de aprovação popular é um assassino em potencial.

Para ser um genocida não basta apertar o gatilho. Bolsonaro ataca os negros, em geral, e os quilombolas, em particular, com o mesmo sentimento que Domingos Jorge Velho atacou Palmares: com ódio de classe e menosprezo étnico.  Para ele negros, índios, quilombolas, mulheres e LGBT’s não devem ter direitos a nada. Disse abertamente que quilombola “não faz nada” e que “eu acho que nem para procriar ele serve mais”. Além de racista, desconhece a história. Os descendentes de quilombolas representam uma página viva do que teve e tem de mais heróico e democrático na história deste país. E é isso que revolta Bolsonaro e que nele faz aflorar instintos racistas incubados.

Quilombo é sinônimo de resistência à escravidão, enquanto Bolsonaro defende o trabalho precarizado e semiescravo.  Os quilombos representam a forma de organização social mais democrática da história do Brasil desde a invasão europeia, enquanto Bolsonaro representa o autoritarismo, o parasitismo parlamentar e a submissão de nosso país aos Estados Unidos. Sequer podemos chamá-lo de senhor de escravos, pois na verdade seu maior desejo é ser capataz dos Estados Unidos ou capitão de mato de Trump.  Até para se defender Bolsonaro utiliza argumentos racistas. Disse que a denúncia contra ele está a serviço de “denegrir” a sua imagem. A palavra “denegrir significa “torna-se negro”, algo que para um racista da envergadura de Bolsonaro é sinônimo de negatividade.

A decisão sobre o futuro desse político racista e LGBTfóbico está nas mãos do STF. Se Bolsonaro não for punido severa e exemplarmente é o STF que se desmoralizará.  Por muito menos o jovem negro Rafael Braga foi condenado, por tão pouco outras centenas de milhares de negros e pobres deste país estão encarcerados sem direitos a advogados e a julgamentos.  Portanto, não é possível que por tantos ataques Bolsonaro vai ficar impune!  Racismo é crime inafiançável. Portanto, Bolsonaro deve ser preso, perder o mandato e ficar inelegível para pagar pelos crimes que já vem cometendo há vários anos.