Leia o editorial do Opinião Socialista nº 500

A classe trabalhadora está indignada com razão. As demissões não param. O desemprego sobe. Sobe também o preço de tudo: da luz, da água, da comida, da roupa, do transporte. Só não sobe o salário. Para piorar, o governo do PT e o Congresso Nacional ainda retiram direitos e cortam investimentos e verbas sociais. A crise econômica e as medidas de ajuste aprovadas estão significando um duro golpe nas condições de vida da classe trabalhadora e dos setores mais pobres da população.

O desemprego já saltou para 8,1%. A inflação deve chegar a 9% segundo o Banco Central (BC). As previsões sobre o tamanho da recessão que deve se abater sobre o país este ano são amargas. O BC prevê uma recessão de 1,1%. O FMI diz que será de 1,5%, e a Fundação Getúlio Vargas avalia que a recessão chegará a 1,8%. Enquanto isso, os juros estão na casa dos 13,75% ao ano, e a dívida pública que o governo paga aos bancos já passou de 58,9% do PIB, em dezembro de 2014, para 62,5% em maio deste ano.

Se a classe trabalhadora está penando, os banqueiros e empresários vão muito bem. O Itaú teve o maior lucro de toda história dos bancos nos primeiros três meses de 2015. O Bradesco foi o segundo maior segundo a consultoria Economática.

Não é à toa que a popularidade do governo está abaixo do volume morto. Diante da fragilidade do governo, abriu-se um novo bate-boca entre os políticos, com medo que, de tão fraco, o governo não consiga fazer todas as maldades necessárias contra o povo. Aécio diz que ele é a solução. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e Renan Calheiros, do Senado, acham que com mais poder seriam o canal. Outros ainda, acham que se o vice-presidente Michel Temer virasse presidente seria uma saída para a crise.

Enquanto eles batem boca, os operários da GM de São Caetano (SP) estão acampados contra as demissões. Os operários do antigo estaleiro Mauá (RJ), em Niterói (RJ), ocuparam a empresa contra o fechamento, as demissões e o não pagamento de salários. Dezenas de fábricas estão em lutas. O funcionalismo federal vive uma greve fortíssima. Os rodoviários de Recife cruzaram os braços. Tudo isso você vai ler nesta edição de número 500 do Opinião.

Pela frente, campanhas salariais fortíssimas se anunciam: petroleiros, metalúrgicos, bancários. Mas, perante a fragilidade do governo e o bate-boca entre os de cima, as centrais, ao invés de fazer avançar a luta, estão negociando com o governo a redução de salário. Outros falam em defender o governo contra o golpe, quando o governo está prestes a dar mais um golpe nos aposentados e vetar o aumento dos seus salários.

O caminho é outro. É o que tem apontado a CSP-Conlutas, quando propõe a greve geral diante da fragilidade do governo. O caminho a seguir é a unidade dos trabalhadores para derrotar eles todos e esse ajuste fiscal, para que sejam os ricos a pagarem pela crise e não os trabalhadores. É hora de fazer um ajuste contra os banqueiros e suspender o pagamento da dívida.

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