Ato em 1º de abril na na cidade dos Inconfidentes protestou contra demissões na mineradora NovellisEm Minas, o dia de denunciar as mentiras do governo e dos patrões foi marcado, como o dia 30, por paralisações, assembléias, debates e atos públicos. Uma manifestação unificada dos trabalhadores foi organizada pela Conlutas em Ouro Preto, cidade que foi palco da Inconfidência Mineira no século XVIII e é parte importante da economia mineradora no Estado. Ali, os operários da multinacional Novelis lutam contra as demissões e pela estatização da empresa, assim como os trabalhadores da Vale e da Embraer em outros pontos do Brasil.

Pela manhã, a primeira atividade foi na porta da Novelis, onde militantes e sindicalistas conversaram com os trabalhadores sobre as ameaças de demissão. A Novelis, multinacional metalúrgica que faz parte da Hindalco, maior produtora mundial de alumínio, quer fechar o setor de produção de Alumina da fábrica de Ouro Preto e demitir 400 trabalhadores da região.

Segundo Nelson Cunha Soares, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Preto e Mariana, a empresa não aceita retirar a proposta, mesmo depois de várias reuniões e audiências públicas com o Sindicato e com os governos. A contradição é que, no ano passado, a Novelis bateu recorde de lucro, faturando 1 bilhão de reais, e planeja investir em usinas de outros estados. Tudo o que ganhou nos últimos anos, fruto do suor dos trabalhadores de Ouro Preto, serve apenas para enriquecer os acionistas e atender aos interesses das matrizes no Canadá e agora na Índia. Agora, os mesmos trabalhadores que geraram tanta riqueza vão ficar na miséria.

Para Nelson, “no momento, exigir a estatização é a única saída que existe, haja vista que a empresa não quer conversar e voltar atrás na decisão. A empresa está dando lucro, tem venda garantida de sua produção, e mesmo assim quer demitir”. A CONLUTAS, a Federação Democrática dos Metalúrgicos e o PSTU, entre outras entidades, estão nessa campanha junto com os operários!

Debate no auditório do IFMG
Depois da atividade na portaria da empresa, os manifestantes participarem de um debate sobre a crise econômica e a luta pela estatização da Novelis no auditório do IFMG, antigo CEFET.

O debate contou com a presença de Zé Maria, representando a Conlutas nacional, uma representante do MAB (Movimento dos atingidos por barragens), Valério, do Sindicato Metabase Inconfidentes, um representante da prefeitura de Ouro Preto, o vereador Flávio, Giba, pela Federação Metalúrgica, e Vanessa Portugal, pelo PSTU.

A principal conclusão da atividade foi a necessidade de construção de uma luta nacional que apresente uma saída dos trabalhadores para a crise econômica. Como próximo passo desta luta, ficou definida a entrega de um documento ao governo Aécio e Lula que estarão em Ouro Preto no dia 21 de Abril, defendendo que estes governos garantam a estabilidade no emprego por 2 anos; uma lei contra demissões imotivadas; e a estatização da Novelis e demais empresas que demitirem em massa.

O 1º de Maio será outro momento importante da jornada de lutas.

Ato unificado
Na Praça Tiradentes, centro da cidade histórica, os manifestantes lembraram a importância da cidade e da luta atual. Afinal, a Inconfidência foi um exemplo de luta de colonizados contra nossos colonizadores, a Coroa Portuguesa. Hoje ainda, nossa independência não foi alcançada e só poderá ser feita com a luta dos trabalhadores.

“Nosso país continua sendo uma colônia a serviço das multinacionais e dos acionistas estrangeiros e a crise só vem tornar isso mais claro para todo o povo”, afirmou Giba, militante do PSTU e dirigente da Federação Democrática dos Metalúrgicos. Por isso nossa luta maior continua sendo pela libertação – que só virá quando os trabalhadores tomarem para si a produção e o poder do Estado, rumo à construção do socialismo.

Participaram do ato trabalhadores vindos de Belo Horizonte e de todo o interior do Estado, entre eles metalúrgicos, mineiros, professores, trabalhadores da saúde, funcionários públicos, aposentados, estudantes universitários e secundaristas. De Ouro Preto, participaram representantes do movimento negro e também estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto, em luta pela assistência estudantil e pela moradia universitária gratuita e controlada pela Universidade.

Em Contagem, a luta é dos trabalhadores da educação!
Em Contagem, cidade industrial da Região Metropolitana de BH, o 1º de abril começou com paralisação total das escolas municipais e uma assembléia dos trabalhadores da educação que aprovou exigências ao governo da prefeita petista Marília Campos.

No dia anterior, uma grande manifestação tomou as ruas da mesma cidade, já que Marília Campos também está fechando diversas unidades da Fundação de Ensino de Contagem (FUNEC), deixando centenas de estudantes sem vagas no ensino médio. Cerca de mil estudantes e trabalhadores marcharam pela cidade em protesto. À tarde, os trabalhadores da educação foram a Ouro Preto se juntar à luta dos operários da Novelis.