Quatro mil pessoas participaram de um ato na Esplanada dos Ministérios, na sexta-feira, 14, em protesto contra as consequências da crise que está sendo descarregada sobre as costas dos trabalhadores. As principais entidades nacionais e movimentos sociais estavam presentes. Entre elas, Conlutas, CUT, CTB, Via Campesina e estudantes da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel).

A grande maioria do ato era formada pelo trabalhadores da Via Campesina e do MST que estão em Brasília no Acampamento Nacional pela Reforma Agrária. Também participaram os trabalhadores dos correios, estudantes, servidores públicos federais e bancários.

Durante o trajeto, os manifestantes pararam em frente aos ministérios e denunciaram os cortes de verbas do governo. Eles exigiram o atendimento às reivindicações dos trabalhadores. Em frente ao Itamaraty, foi lida a nota da Frente Nacional contra o Golpe em Honduras.

O representante da Conlutas, Ricardo Guillen, denunciou o governo Lula por repassar milhões aos banqueiros enquanto milhares de trabalhadores continuam sendo demitidos e o orçamento para a Reforma Agrária foi reduzido em 48%. Também denunciou a política de quebra do monopólio postal dos correios, iniciativa do governo federal de transformar a ECT em uma sociedade por ações e exigiu verbas para a realização da Reforma Agrária.

Guillen destacou a posição da Conlutas em defesa do “Fora Sarney” e pelo fim do Senado, pela criação de uma Câmara única. Ele terminou destacando a necessidade de dar continuidade à luta, unificando as campanhas salariais do segundo semestre e construindo um dia nacional de paralisações.

A UNE não apareceu e ficou por conta da nova entidade alternativa de luta dos estudantes, a Anel, reivindicar a importância da luta ao lado da classe trabalhadora. Luiza Oliveira, estudante de Ciências Sociais da UnB, levantou as principais bandeiras para a luta dos estudantes frente a todos os ataques sofridos pela juventude e pelos trabalhadores, ressaltando que a Anel é contrária ao corte de verbas da educação e que defende que as verbas públicas sejam destinadas somente para a educação pública.

A estudante também defendeu as cotas nas universidades, denunciando a tentativa do DEM de acabar com as cotas raciais na UnB. Por fim, ressaltou que, devido ao total atrelamento da UNE ao governo Lula, a mesma não se dispõe a organizar a luta pela saída de Sarney. Então, “contra Sarney e contra os caras-de-pau que o defendem, vamos nós, da Anel, lutar para combater a corrupção”, concluiu.