Foto: Raíza Rocha

É a primeira vez que uma central brasileira convoca encontro nacional para debater a luta contra homofobia

O I Encontro Nacional LGBT da CSP Conlutas  teve sua abertura marcada com ato de celebração pelo Dia Internacional do Orgulho LGBT, nesta sexta-feira (28). Os presentes no encontro, após a saudação da mesa de abertura, foram para as ruas de São Paulo gritar basta à homofobia.  

O ato se concentrou no Largo do Arouche e se unificou com o ato “Fora Alckmin” que também estava sendo realizado simultaneamente ao encontro. Cerca de mil pessoas participaram da manifestação unificada.   O protesto começou no Largo do Arouche. As palavras de ordem “Para acabar com a homofobia, a nossa luta é todo o dia” e “pula sai do chão quem é contra a opressão” ecoaram nas ruas de São Paulo, demonstrando a importância da luta dos LGBTs contra o preconceito e em defesa de que a homofobia se torne crime no país.   Os manifestantes demonstraram sua indignação ao projeto que ficou conhecido como “cura gay”, aprovado pela Comissão de Direitos Humanos, e exigiu o “fora Feliciano” presidente da casa. “Doutor eu não me engano quem não tem cura é o Feliciano”, entoavam os manifestantes.  

As palavras de ordem se fundiram assim que os manifestantes pelo “Fora Alckmin” foram ao encontro dos manifestantes do ato que celebrava o Dia Internacional do Orgulho LGBT.  Assim, os manifestantes uniram suas vozes: “Doutor eu não me engano, é fora Alckmin e Feliciano”.   A passeata seguiu até a Praça Roosevelt e seguiu para o Teatro Municipal. O ato foi finalizado com um beijaço do Orgulho LGBT.  

“Esse ato marca nosso primeiro encontro LGBT e servirá para o fortalecermos da luta nesse momento em que todos estão indo às ruas. A CSP-Conlutas está convocando junto com outras centrais um dia de luta para 11 de julho e devemos nos somar. Mas, espero que até lá, o Feliciano já tenha caído”,  desejou o membro do Setorial LGBT da CSP-Conlutas, Flavio Bandeira.  

Saudação ao I Encontro LGBT

A mesa de abertura do  I Encontro Nacional LGBT contou com a participação de Tarcisio Ramos, da Comissão Organizadora do Encontro, de um dos fundadores do movimento LGBT no Brasil,   James Green, do integrante de Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott,  e  da representante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Camila Lisboa. Eles saudaram os presentes no encontro e destacaram o momento que consideraram histórico. “É inédito esse encontro. Estamos dando um direcionamento de quanto sofre os LGBTs no ambiente de trabalho, precisamos desse recorte”, destacou Tarcisio. James Green resgatou sua luta contra a ditadura de Pinochet no Chile em 78 e logo depois no Brasil. “Fomos o primeiro grupo LGBT do Brasil, começamos fazendo, à época, a discussão sobre os LGBTs dentro da organização Convergência Socialista e a expandimos para a sociedade. Essa luta tem 37 anos e é muito importante” disse, sob aplausos do plenário.  

Luiz Mott mostrou os números da homofobia. De acordo com o estudo apresentado por ele,  44% dos casos de homofobia leta do mundo ocorreram no Brasil. Em 2012, ocorreu um assassinado de homossexuais a cada 26 horas.  “É muita coisa e é apenas a ponta do iceberg. É uma tragédia humana”, enfatizou.   “Devemos fazer a Luta contra homofobia e combatê-la nos meios sociais, em nossa  família, no  trabalho, entre outros. Apoiar os direitos humanos e equiparar  o crime de homofobia ao crime de racismo é preciso. Queremos igualdade de direitos”, disse.

A integrante da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Camila Lisboa, saudou a todos  os presentes  e declarou seu orgulho em participar do Encontro que acontece num momento histórico. “Isso fortalecerá ainda mais nosso movimento para esse período de lutas. As manifestações que ocupam as ruas não querem o reacionarismo do Feliciano. Um dos principais cartazes é o fora Feliciano. Eu acho que é o momento para gente colocar os LGBTs ao lado dos trabalhadores”, frisou.   “A gente acredita que a unidade  da central com o movimento estudantil,  com os movimentos de luta contra as opressões é importante e demos uma  batalha para a Central fosse composta dessa forma”, destacou.  Camila fez um chamado para o próximo ato que a Central irá participar. “No dia 11 de julho podemos dar um passo histórico. É disso  que precisamos: parar o país para mostrar a Dilma nossa força”, declarou.