Iraci Borges, de São Paulo (SP)
Perdemos mais um camarada para o Covid e o capitalismo.
Almir Ribeiro foi referência de esquerda desde a sua juventude. “Com uma fina e irretocável ironia ‘desafinava o coro dos contentes‘”.
Conheci o Almir logo que cheguei em Bauru, no final dos anos 70.
Ao comprar na Livraria Tilibra, gostava de suas sugestões, sempre inesquecíveis, para qualquer área da literatura que eu estivesse buscando. Voltei tantas vezes que logo me identificou como também uma descontente e me convidou para uma reunião para discutir política. Conduzida por ele, logo me transformei na mais nova militante da Convergência Socialista e aí seguimos juntos, até hoje e sempre!
Exemplo maior de solidariedade e coerência! Surpreendia-me sempre com sua capacidade de ajudar, amparar e interagir com as maiores necessidades e crises de qualquer companheiro/a. Nunca me esqueci de como ele conduziu a campanha de ajuda ao Roque Ferreira quando ele foi acidentado, e tantas outras campanhas.
Respeitava as divergências, mas lutava incessantemente contra o reformismo. Participou, incansavelmente, de todas as fases e lutas dos trabalhadores. Representando a nossa organização, participou da heroica campanha pró-fundação do Partido dos Trabalhadores e, mais tarde, fundamos juntos o nosso Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o PSTU.
Conectado com a política partidária, sempre apontou um caminho para os descontentes
dirigindos-os ao protagonismo contra o conformismo.
Sua partida nos deixa inconformados, no entanto, mais fortes para não nos desarmarmos contra o inimigo que nos uniu, o capitalismo.
Lá se vai mais um incansável e imprescindível combatente da classe trabalhadora, meu amigo e camarada inesquecível.
Sua morte não ficará impune, Almir, seguiremos aqui, firmes e ainda mais fortes lutando pelo Socialismo!
Até sempre, Almir, presente!