Como a arte pode unir-se à luta dos trabalhadores sem abrir mão da qualidade artística, sem virar panfletária? Essa questão, tão difícil de responder, foi o centro do Seminário de Guerrilha Cultural organizado pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) no início no mês, na PUC, em São Paulo. “Nosso objetivo é conhecer as outras manifestações artísticas, para ver como criar um setor de Cultura no movimento”, explica Nicolau, Coordenador de Cultura do Coletivo Regional
do MTST.

José Fernando, da Cia Teatro de Narradores, contou a experiência de seu grupo num assentamento no Rio de Janeiro. Tudo deve partir das inquietações dos envolvidos. Walter Garcia, diretor musical da Cia do Latão falou sobre o processo de criação no grupo, para mostrar que arte não é algo mágico, que cai do céu, que a música não é de inspiração divina, ou virtual, mas fruto da relação cotidiana e concreta entre
os homens.

O objetivo do MTST com o seminário é criar um espaço no interior que é um movimento urbano, de massas, para refletir sobre a arte popular. Para o MTST a arte pode ajudar na tomada de consciência.

O MTST surgiu em 1997 como necessidade de organizar os movimentos urbanos pela moradia. Está organizado no Rio de Janeiro, Campinas e São Paulo. Neste momento, cerca de 300 famílias vivem em cada um dos três acampamentos mantidos em São Paulo, na zona oeste e em Osasco: Anita Garibaldi, Carlos Lamarca e Rosa Luxemburgo.
Post author Cecília Toledo, da redação
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