Em junho milhões foram as ruas. Dia 11 de julho houve uma das maiores greves da história do país. Vamos construir pela base uma forte greve nacional no dia 30 agosto!

Uma das palavras de ordem mais ouvidas nas ruas em junho era “Ô,Ô, o povo acordou”. Diziam que o gigante adormecido, a força do povo, tinha acordado.  Esse gigante agora deu um passo adiante. No dia 11 de julho, aconteceu uma das maiores greves da história do país.
O chamado das centrais sindicais para um Dia Nacional de Paralisações e Mobilizações foi respondido com uma greve que se compara às da década
de 1980. Houve uma forte greve nacional, com paralisações de setores fundamentais dos trabalhadores em praticamente todos os estados do país,  acompanhado de manifestações de rua e bloqueios de estradas.
Os trabalhadores, e em particular a classe operária, entraram em cena, fortalecendo os protestos realizados em junho. Pararam os metalúrgicos de São
Paulo, do ABC, de São José dos Campos, Guarulhos, Osasco, Campinas, Mogi, São Caetano, Santos e Cubatão, as montadoras de automóveis do Paraná e de Volta Redonda, interior de Minas Gerais e outras regiões. Entraram em greve os petroleiros de grande parte do país, incluindo a maioria das refinarias. Pararam os operários da construção civil de Belém, Fortaleza, São Paulo, Caxias e muitas outras cidades, incluindo os 75 mil operários do complexo de Suape, em Pernambuco. Em Minas, 15mil operários da Vale e da CSN pararam na região das vertentes. Pôde-se constatar, em praticamente todas as greves, a presença combativa da juventude trabalhadora e das mulheres. 
Nas capitais em que houve greve no transporte, ocorreu praticamente uma greve geral, como Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Vitória. Mesmo nas
cidades que não houve greves nos transportes, houve uma redução importante da frequência no trabalho, gerando um clima de feriado em plena quinta-feira.
Não chegou a existir uma greve geral no dia 11 de julho. O Brasil não tem ainda tradição de greves gerais. Mesmo as greves gerais da década de 80 não
foram nem gerais nem nacionais. Contudo, isso não diminui a importância dessas mobilizações, em particular a de 1989, a maior delas. A grande greve do
dia 11 de julho foi semelhante às dos anos 80, uma das mais importantes da história do país 

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