A restauração do capitalismo nos antigos Estados operários permitiu que um terço da humanidade fosse incorporado à exploração direta do capital. É inegável que isso permitiu um fôlego a mais para o auge do neoliberalismo. Países como a China e a Rússia passaram a ser modelos de como o capitalismo podia “modernizá-los”.

O auge do neoliberalismo coincidiu assim com a restauração do capitalismo. A queda do aparato estalinista, que foi a grande trava para a revolução no século 20 – fato imensamente progressivo – foi obscurecida pela restauração do capitalismo, que deu bases materiais para a campanha sobre o “fim do socialismo”.

Mas a história pode estar dando uma reviravolta. Em primeiro lugar, o capitalismo vai enfrentar uma grave crise política internacional sem ter a seu lado o aparato stalinista. Estarão em ação outros partidos reformistas, como o PT e a social-democracia, o nacionalismo burguês chavista e os partidos stalinistas que restam. Mas o papel inestimável do aparelho mundial do stalinismo para a burguesia já não existirá.

Por outro lado, o debate ideológico capitalismo x socialismo começa a ser retomado. A “superioridade do capitalismo” está vindo abaixo com a crise. É possível que se recoloque para amplas camadas de vanguarda a perspectiva socialista. A necessidade de um partido socialista revolucionário se faz ainda mais presente.

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