Mesa de abertura reuniu entidades nacionais, partidos de esquerda e delegações internacionais


Teve início na manhã dessa quinta, 4, o 2º Congresso da CSP-Conlutas, em Sumaré, interior de São Paulo. Mais de 2 mil delegados de todo o país devem se reunir nesses quatro dias para debater temas como a situação do país e as lutas dos trabalhadores no Brasil e no mundo, com a perspectiva de de traçar um plano de lutas contra os ataques desferidos pelo governo Dilma, o Congresso Nacional e os governos estaduais.
 
Buscamos aqui honrar os lutadores e lutadoras da nossa classe, como Dandara, os três companheiros mortos de Belo Monte, honrar a greve educadora que varre de norte a sul desse país“, afirmou na abertura Atnágoras Lopes, que falou em nome da Secretaria Nacional Executiva da CSP-Conlutas. Ele saudou em especial a “juventude operária que faz a sua experiência e rompe com o governo“. 
 
Atnágoras destacou a importância de, num contexto de fortes ataques, colocar a classe em movimento, a exemplo do que ocorreu no último dia 29. “É em movimento que a classe muda a sua consciência, sua esperança“. O dirigente da CSP-Conlutas reforçou a importância da luta contra as opressões, numa “luta comum” classe trabalhadora e setores oprimidos. 
 
Essas lutas que se travam ganham um sentido estratégico na luta contra o capitalismo. “A CSP-Conlutas é um ponto de apoio para desenvolver a luta dos trabalhadores ao poder, para destruir o capitalismo e construir uma socieade justa e igualitária“, discursou, finalizando: “O Brasil precisa e vamos dar as nossas vidas para a revolução socialista”. 
 
Esquerda socialista
Presidente Nacional do PSOL, Luciana Genro também compôs a mesa de abertura do congresso. Assim como Atnágoras, Luciana lembrou da importância que teve o dia 29 na unidade da luta contra os ataques que os trabalhadores vem sofrendo. “Isso só foi possível por uma pressão feita pela CSP-Conlutas e pelo MTST, esse importante movimento socia“, disse. 
 
Esse espaço da CSP-Conlutas, nesse ponto da conjuntura em que estamos, é um importante espaço de resistência dos trabalhadores“, discursou Mauro Iasi, da direção do PCB. 
 
Vera Lúcia, representando o PSTU, fez um chamado aos dirigentes sindicais e dos movimentos sociais e populares, que “rompam com o governo e venham construir conosco uma Greve Geral”, a fim de derrotar os ataques. “Temos que fazer essa luta, principalmente as trabalhadoras mulheres, e principalmente as mulheres negras“, afirmou. Dentro disso, reforça, “a classe operária”, coração da classe. “Não queremos a direita, mas também não queremos mais esse governo“, finalizou, conclamando a Greve Geral.
 
 
Unidade e solidariedade
Então presidente da CGT em 1964, Raphael Martinelli, do alto de seus anos 90 anos, disse como aquele congresso o fazia recordar da solidariedade de classe que vivenciou em seus tempos de sindicalismo. “Naquela época, parávamos para que outra categoria também tivesse conquistas“, relata o ex-dirigente que foi ferroviário. 
 
Representando a Feraesp, entidade que aderiu á construção da CSP-Conlutas no último período, Rubens Germano, o Rubão, contou que a entidade “passou por muitas centrais, mas todas elas foram para o lado do governo“. Denunciando a situação da categoria cujas condições pioraram nos últimos anos com uma mecanização que só serviu para gerar desemprego, Rubão lançou dois desafios ao congresso: reforma agrária e a organização dos trabalhadores a nível internacional.
 
Também compuseram a mesa de abertura o presidente da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados), Warley Martins, além de César Brito, ex-presidente da OAB e um representante da Auditoria Cidadã da Dívida.
 
Internacional
Delegações de diversas partes do mundo como Argentina, Chile, Itália, México, Peru, Tunísia, Turquia e França estiveram presentes. O francês Christian Mahieux, dirigente do Solidaires, fez uma saudação em nome da delegação internacional, convocando o II Encontro Internacional Sindical que se realizará na próxima segunda e terça-feira.
 
Ao final, Mahieux relembrou o papel que Dirceu Travesso, o Didi, teve na construção da rede sindical internacional, fazendo uma emocionante homenagem.