O Opinião Socialista entrevistou Sebastião Carlos, o “Cacau”, da Secretaria Executiva Nacional da CSPConlutas, sobre a Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do dia 18 de setembro em São Paulo.No bate papo, Cacau fala sobre os objetivos, sobre como está o preparativo para a marcha nos estados e sobre o Encontro dos Lutadores e Lutadoras que ocorrerá em São Paulo no dia seguinte à marcha.
Opinião Socialista – Qual o objetivo do ato do dia 18 de setembro?
Cacau – A manifestação será contra o governo Dilma e sua política econômica e, também, contra as falsas alternativas do PSDB e do PMDB. Nesse sentido, é um contraponto aos atos dos dias 16 e 20 de agosto que defenderam a alternativa do PSDB de um lado, e o governo do PT de outro. Está sendo construída nos estados, nos locais de trabalho, nas escolas, em bairros populares e movimentos sociais. Nesse ato, vamos levantar as bandeiras mais sentidas pelo povo pobre e trabalhador: o desemprego, o ajuste fiscal, os serviços públicos, a moradia, as privatizações, a violência na periferia, o tema da dívida pú- blica, dos direitos da juventude, das mulheres, negros e negras e LGBTs, dentre outros.
Opinião Socialista – Como estão os preparativos no país para o dia 18?
Cacau – Estão acontecendo plenárias sindicais e populares em diversos estados. Muitas organizações locais e movimentos sociais estão se incorporando. São sindicatos da base da CUT,da Intersindical, de outras centrais, movimentos populares urbanos e coletivos da juventude. Milhares de jornais foram impressos. Só em São Paulo,foram cerca de 300 mil. Foi feito um cartaz nacional, e vamos colocar carros de som rodando para convocar a marcha, além de colar “lambe-lambes” nas ruas das cidades. Há uma campanha forte nas redes sociais, na internet, que deve ser intensificada nos próximos dias. Estão se confirmando caravanas de todas as regiões. Da região Norte, por exemplo, vamos ter, só de Belém, mais de 100 caravaneiros. Em Manaus, vai acontecer uma grande manifestação no dia, organizada pelo Luta Popular e outros movimentos de luta por moradia. Todo o Nordeste está se organizando. Só do Ceará, virão 100 caravaneiros. Mas de onde mais podemos trazer manifestantes é do Sudeste e do Paraná, pela proximidade. De Minas Gerais, pretendemos trazer 30 ônibus e, no Rio de Janeiro, foi feito um plano para trazer 23 ônibus. Os trabalhadores dos Correios devem estar em greve no período da marcha. Vamos trabalhar para ter uma grande representação da categoria.
Opinião Socialista – No dia seguinte ao ato, haverá um encontro dos lutadores e lutadoras. O que se pretende discutir neste encontro?
Cacau – São três os objetivos principais. O primeiro é fazer uma avaliação política inicial da marcha e definir a continuidade da mobilização. Vamos discutir as iniciativas nos estados, as mobilizações, greves e campanhas salariais em curso e pautar a necessidade da greve geral. O segundo, é fazer avançar a construção desse campo de luta dos trabalhadores, que deve ser classista, de oposição ao governo e também de oposição ao pólo burguês de direita. Uma alternativa que expresse, desde já, as lutas e mobilizações que ocorrem por todo o país. E, em terceiro lugar, possibilitar o dos ativistas dos mais diversos setores. Em São Paulo, nos dias 18 e 19, vamos nos encontrar com parte importante da vanguarda lutadora do país.
Ato está sendo convocado por 40 entidades
A marcha do dia 18 está sendo convocada por cerca de 40 organizações sindicais, populares, coletivos estudantis, de luta contra as opressões, correntes sindicais e partidos políticos. Além da CSP Conlutas e diversas entidades nacionais a ela filiadas, a Confederação Nacional dos Aposentados (Cobap), a Federação dos Trabalhadores da Seguridade Social (Fenasps), a Federação dos Assalariados Rurais de São Paulo (Feraesp) também convocam o ato. Na última semana, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) também decidiu pela participação. O PSTU, o PCB, setores do PSOL e outras organizações políticas também convocam a marcha. A central Intersindical informou que não pretende participar, pois não está a favor de um ato claramente delimitado contra o governo Dilma. Já o MTST ainda não respondeu se participa.
Publicado no Opinião Socialista 504