A Juventude do PSTU, em primeiro lugar, parabeniza o esforço de todos os participantes do 3º Congresso da ANEL. Não é fácil construir um fórum nacional totalmente independente de governos, empresas, partidos políticos e do Estado, que só conta com as forças do ativismo.

Nossa militância se orgulha muito de fazer parte desse projeto, ao lado de outras organizações políticas e milhares de estudantes e jovens de todo o país. Nos seis anos de existência da ANEL, já escrevemos um novo capítulo na história do movimento estudantil brasileiro.

Nada mais tucano do que um governo do PT!
Dilma mentiu nas eleições presidenciais de 2014, disse que não iria atacar os direitos sociais e trabalhistas da população. No começo de seu segundo mandato, a presidenta já editou as Medidas Provisórias 664 e 665, que, entre outras maldades, restringem o acesso ao seguro-desemprego.

Depois, vieram os cortes no orçamento das áreas sociais. Só na educação são 9,4 bilhões. Além de tudo isso, o Congresso Nacional ainda quer aprovar o PL das terceirizações, a redução da maioridade penal e uma reforma política reacionária.

Os governos querem economizar dinheiro para seguir pagando a Dívida Pública aos banqueiros e acionistas internacionais. PT, PSDB e PMDB brigam nas eleições, mas todos são partidos da ordem, com acordo em fazer os trabalhadores e a juventude pagarem os prejuízos da crise econômica.

O futuro da juventude brasileira está em risco!
Sem dúvida, a juventude, especialmente os jovens negros e negras, é o setor da sociedade mais atingido pelo ajuste fiscal e os ataques aos direitos. O descaso com a educação, a precarização do trabalho, a violência policial, o racismo, o machismo e a LGBTfobia colocam nosso futuro em risco.

São as jovens trabalhadoras negras que estão nos piores empregos, em postos de trabalho terceirizados e com alta rotatividade. Os estudantes negros e pobres são aqueles que perderam suas matrículas do FIES e suas bolsas e moradias nas universidades públicas. A juventude LGBT é alvo cotidiano de agressões físicas e verbais. As mulheres jovens são as maiores vítimas da violência doméstica e do assédio sexual nos transportes coletivos.

A juventude negra sem direitos sociais também morre diariamente nas periferias das grandes cidades, milhares de jovens inocentes são assassinados pela polícia. A guerra às drogas é uma das principais justificativas para o genocídio do povo negro.

Unir a juventude e os trabalhadores na greve geral!
Os de cima, os políticos e poderosos, estão unidos em defesa dos grandes empresários e dos banqueiros. Por isso, a nossa tarefa é unir os de baixo, uma aliança da juventude com os trabalhadores é fundamental para resistir aos ataques dos governos e do Congresso Nacional.

Só uma ampla unidade entre os movimentos populares, sindicatos e entidades estudantis, que mobilize o conjunto da classe trabalhadora e da juventude, pode derrotar a redução da maioridade penal, o ajuste fiscal, as terceirizações e o plano econômico do governo Dilma.

Os dois dias nacionais de paralisação, 15 de abril e 29 de maio, foram importantes vitórias, que demonstraram a disposição de luta do povo brasileiro. Porém, necessitamos de muito mais diante da ofensiva das elites contra os nossos direitos. Precisamos de uma greve geral!

Construir nas lutas um governo dos trabalhadores, sem patrões e corruptos
Existe um enorme processo de ruptura da juventude com o governo Dilma e com o PT, que deu um salto com as jornadas de junho de 2013 e se aprofunda ainda mais agora. Vivemos um momento histórico de crise da direção tradicional dos movimentos sociais brasileiros e de reorganização política.

Os partidos da direita, em particular o PSDB, tentam capitalizar o desgaste do petismo com um falso discurso de oposição. Mas, na verdade, representam apenas retrocesso neoliberal e maior repressão e criminalização da população pobre e das greves e manifestações.

A juventude deve tirar as lições corretas do fracasso do projeto político petista. O PT se integrou à velha política porque apostou na estratégia eleitoral e na conciliação com os de cima, com a direita e com setores da burguesia brasileira e do imperialismo.

A esquerda não pode reproduzir os mesmos erros, senão jogaremos fora a oportunidade de construir um terceiro campo político dos de baixo, contra o governo petista e a oposição de direita. A nova política se faz nas ruas.

Por isso, convidamos todos os participantes do 3º Congresso da ANEL a vir conosco construir uma alternativa socialista e revolucionária à crise política nacional, que lute por um governo dos trabalhadores, sem patrões e sem corruptos.