Assembleia realizada pelo Sintect-VP, em São José dos Campos/SP (Foto: Angélica de Paula)
CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Os trabalhadores dos Correios deflagraram uma greve nacional a partir desta quarta-feira (20). A paralisação foi aprovada em vários locais do país em assembleias realizadas no dia de ontem e já atingem 20 estados mais o Distrito Federal. Alguns locais como Rio de Janeiro e São Paulo ainda realizarão suas assembleias.

Os funcionários da empresa reivindicam reajuste salarial e lutam para barrar vários ataques aos direitos propostos pela direção da estatal. A pauta inclui aumento salarial de 8%, a manutenção do plano de saúde, mais segurança no trabalho e também a luta contra a privatização da empresa.

Em 2016, os Correios abriram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) que se estende até hoje. De 127 mil funcionários, existentes em 2013, hoje o quadro caiu para 108 mil. A empresa anunciou o fechamento de mais de 200 agências no país, além de uma série de ataques nos direitos conquistados em acordos coletivos anteriores. Aliado ao fato de que não há concurso público na estatal desde 2011, a realidade da categoria é de sobrecarga de trabalho e exploração.

Outro principal eixo da mobilização é contra o processo de privatização que avança na estatal. Além do fechamento de agências e um forte processo de reestruturação, o governo criou a CorreiosPar, uma subsidiária que, na prática, significa a terceirização dos serviços mais lucrativos e a preparação para a privatização total da empresa.

Em abril, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores concursados estava sendo estudada.

Entregamos a pauta no dia 27 de julho e desde então a postura da empresa foi de cancelar várias reuniões, que só começaram no dia 12 de setembro. O fato é que a empresa em nenhum momento demonstrou interesse em negociar e tentou prorrogar o acordo coletivo para esperar a Reforma Trabalhista entrar em vigor e retirar direitos”, conta o diretor da Fentect e membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Geraldinho Rodrigues.

A proposta dos Correios é uma lista de ataques, sejas sobre as férias, o vale-alimentação, afastamento médico, plano de saúde, etc”, complementa.

Trabalhadores dos Correios da Paraíba

Os trabalhadores estão unidos e dispostos a enfrentar uma grande e forte greve por reajuste e pela manutenção dos benefícios. Não vamos permitir nenhum direito a menos”, disse Moisés Lima, presidente do Sintect-VP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Vale do Paraíba), que aprovou o início da greve após assembleia nesta terça (19).

A greve é uma necessidade extrema para nossa categoria. Só a luta vai reverter essa situação e garantir nossos direitos. A partir de agora a paralisação precisa ser cada vez mais fortalecida. Inclusive, fazemos um chamado para que os sindicatos da Findect, ligados à CTB, que dirigem as bases de São Paulo e Rio de Janeiro, que antecipem suas assembleias e se somem à luta, unificando a categoria nacional”, afirmou Geraldinho.