Pré-candidato denuncia fraude na privatização da siderúrgicaO pré-candidato à presidência da República pelo PSTU, Zé Maria, participou nesta quinta, 29 de abril, de um protesto de trabalhadores da Gerdau Açominas, na cidade de Ouro Branco, cidade do interior de Minas Gerais, próxima a Ouro Preto. A manifestação reuniu cerca de 200 trabalhadores lesados por uma fraude coordenada pelo governo e pela Gerdau durante a privatização da então siderúrgica estatal Açominas, nos anos 1990.

Quando a siderúrgica foi privatizada, o governo Federal, a fim de diminuir a resistência dos trabalhadores, destinou a eles parte das ações da empresa. Foi criado então um fundo de investimentos para gerenciar essas ações, chamado de CEA (Clube de Participação Acionária dos Empregados da Açominas). A Gerdau, que comprou a siderúrgica, se uniu aos diretores do fundo a fim de enganar os trabalhadores e tomar a parte deles da empresa.

“Os trabalhadores foram duplamente prejudicados, primeiro pela privatização e depois pela fraude que foram vítimas”, explica Zé Maria. Isso porque o CEA, omitindo informações e enganando os trabalhadores, comprou as ações dos empregados a um valor bem abaixo do que realmente valiam. “Um lote de ações que valia R$ 250 mil, foi comprado por R$ 1.500, R$ 3.000, pelo menos 2 mil trabalhadores foram roubados”, explica Zé.

O fundo revendeu então as ações à Gerdau por um valor bem mais alto. A fraude beneficiou os diretores da CEA e a Gerdau Açominas. O protesto desse dia 29 foi organizado pela Associação dos Compradores das Ações da Açominas (ACAA) e faz parte de uma jornada de lutas pelo cancelamento dessas compras.

Esteve presente no ato a Conlutas, a Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais, o Sindicato dos Metalúrgicos de Itaúna e Itajubá, Sindicato Metabase de Congonhas e Ouro Preto, além de outras entidades sindicais. “Esse roubo mostra o processo fraudulento que foram as privatizações no Brasil, que uniu governo e grupos poderosos”, diz Zé Maria.