Dirigente do PSTU embarca nesta terça, dia 30, ao país destruído pelo terremotoJosé Maria de Almeida, o Zé Maria, pré-candidato a presidente da República pelo PSTU, inicia uma visita ao Haiti nesta semana. Durante quatro dias, até 3 de abril, ele percorrerá o país, conhecendo a situação dos haitianos após o terremoto e reunindo-se com representantes de sindicatos e movimentos sociais.

Zé Maria fará parte de uma delegação da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), que levará a solidariedade dos trabalhadores brasileiros. A Conlutas tem feito uma campanha que já enviou R$ 160 mil ao povo haitiano. Trabalhadores de todo o país fizeram doações, como os metalúrgicos da General Motors, de São José dos Campos. “Essa campanha é muito importante, porque é uma solidariedade de classe. São os trabalhadores daqui ajudando os de lá”, afirma Zé Maria.

Além da solidariedade, a visita e a campanha apóiam a luta pelo fim da ocupação militar, comandada pelo Brasil. “Defendemos a imediata retirada das tropas da ONU. O Haiti precisa de médicos, engenheiros, alimentos, e não de soldados. A verdadeira função das tropas lá é proteger os interesses das empresas, e para isso, chegam a reprimir os protestos contra o menor salário das Américas”, afirma Zé Maria.

Desde o início da ocupação, em 2004, a campanha pela retirada das tropas tem sido uma das bandeiras do PSTU. E, nas eleições de 2010, será tema da propaganda no rádio e na TV. “Agora, o governo tem apresentado os militares como heróis, mas, apesar das boas intenções de alguns soldados, a missão não tem um caráter humanitário”, afirma.

CANDIDATURA OPERÁRIA E SOCIALISTA
Zé Maria é um operário com a mesma origem de Lula, nas greves do ABC. Nas grandes greves de 1980, estiveram presos juntos. Mas Zé Maria se manteve na luta, com os trabalhadores. Hoje e é um dos dirigentes da Conlutas e um dos principais representantes da esquerda do país. Pelo PSTU, disputou a Presidência em 2002, com mais de 400 mil votos.

O PSTU lançou a pré-candidatura de Zé Maria em novembro, como uma alternativa a falsa polarização entre Dilma Roussef e José Serra. O partido defende uma candidatura com um programa socialista, que defenda um governo contra os interesses das grandes empresas, e de ruptura com o imperialismo e as multinacionais. Só assim haverá saúde e educação gratuitas e de qualidade, salário e emprego.