O presidente do PSTU, Zé Maria, ao ser anunciado para falar na abertura do Concut, foi vaiado pela Articulação Sindical. Porém, se fez ouvir e foi muito aplaudido pelos servidores e por toda a esquerda. Ao final, conseguiu até mesmo calar parte da base da Articulação que foi orientada a vaiar.

Veja um trecho do discurso de Zé Maria:

“Vivemos um momento muito importante para os trabalhadores e para a CUT. Temos o desafio de organizar a luta para derrotar essa reforma da Previdência, que retira direitos dos servidores e, pior que isso, beneficia os banqueiros, como manda o FMI. Os trabalhadores elegeram Lula e, com isso, tiveram uma grande vitória contra FHC. Mas o governo está dando continuidade à mesma política de FHC e do FMI. Está mantendo o acordo com o FMI, pagando a dívida externa, negociando a ALCA, governando com os empresários e atacando os trabalhadores: propondo reformas que arrancam direitos, aumentam o arrocho salarial e o desemprego. Lula foi eleito para realizar mudanças, mas não é isso que está fazendo. O papel da CUT não pode ser de se transformar numa central chapa branca, mas de organizar a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e por mudanças. Nós devemos exigir que Lula e o PT rompam com a ALCA e o FMI, expulsem os empresários e burgueses do governo e façam as mudanças que os trabalhadores precisam.

Queria dizer, para os que estão vaiando, que nesse congresso seria muito importante que vocês refletissem: – vocês viram aqui o vídeo do Conclat, da fundação da CUT. Na nossa central, sempre que trabalhadores e sindicatos entraram nos nossos congressos trazendo faixas com suas reivindicações, em defesa de seus direitos ou de suas lutas, sempre foram aplaudidos. Por que, hoje, muitos estão vaiando estes trabalhadores e suas reivindicações? A CUT é do peão, a CUT é pra lutar, não é um instrumento de conciliação e de nenhum governo”.