Zé Maria na Unicamp
João Zinclar

No dia 27 de abril, o auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp ficou lotado para o debate com o pré-candidato à presidência da República pelo PSTU, Zé Maria.

A atividade contou com a participação de vários professores da universidade entre eles, Andréa Galvão, Armando Boito, Ricardo Antunes e Edmundo Fernandes, que esteve presente na mesa e reivindicou a militância de Zé Maria nas inúmeras lutas em defesa da universidade pública: “Zé Maria é um companheiro profundamente democrático, estivemos juntos em vários processos sindicais e de luta da nossa classe”.

Entre os muitos estudantes que estiveram presentes, muitos eram ativistas que participaram das últimas greves das estaduais. Outros, ainda calouros, estavam bastante curiosos para conhecer Zé Maria e o programa do PSTU.

A aliança entre os estudantes e os trabalhadores se expressou na composição do plenário. Silvia Ferraro, presidente do PSTU de Campinas abriu o debate saudando a presença dos petroleiros da Replan (Refinaria de Paulínia), dos metalúrgicos da Bosch, dos professores da rede pública estadual, dos funcionários da universidade, dos municipais e dos trabalhadores dos correios. “Juntamente com os professores e os estudantes lutadores desta universidade, os trabalhadores das diversas categorias aqui presentes tem protagonizado grandes lutas contra os governos e os patrões e a pré-candidatura de Zé Maria quer expressar a unidade de todas estas lutas”, disse.

O professor Valério Arcary, dirigente do PSTU, enfatizou o teatro eleitoral e os limites da democracia burguesa. Ele falou sobre a necessidade de denunciar o mundo como ele é e afirmou que o Brasil sob o governo Lula permaneceu achatando os salários médios e empobrecendo a classe trabalhadora em seu conjunto. Ainda falou sobre a crise na Grécia e a perspectiva de novos enfrentamentos da classe trabalhadora contra o capital.

Fazendo a apresentação da atividade estava o professor e também militante do PSTU, Álvaro Bianchi, que salientou que devemos combater a personificação da política, e que no caso de Zé Maria, acima de sua biografia de luta, sua pré-candidatura representa um programa.

Zé Maria disse que um dos principais desafios de sua pré-candidatura é fazer o balanço dos oito anos de governo Lula com a classe trabalhadora. Afirmou que Lula governou para os grandes bancos, as grandes empresas e o agronegócio e que o Bolsa Família de R$ 130 deveria ser motivo de vergonha e não de orgulho para o povo brasileiro “Lula não vive nenhum dia sequer com a quantia de R$130, a riqueza produzida pelos trabalhadores deste país continua servindo para aumentar o enriquecimento das grandes empresas”, afirmou.

O pré-candidato disse que é possível viver num país como o Brasil com o pleno emprego, com o salário digno, com a redução de jornada, com saúde e educação para todos de boa qualidade, mas pra isso é necessário governar para os trabalhadores e não para os banqueiros e grandes empresários como faz Lula.

O tema do Haiti e do Congresso da Classe Trabalhadora também foram parte da fala de Zé Maria. Para ele, é preciso “elevar a luta econômica à luta política contra o capitalismo para libertar a classe”. Após a primeira fala de Zé Maria, os participantes da plateia falaram.

Zé Maria, depois de responder às perguntas do público, finalizou dizendo que sua candidatura não poderia ser somente uma responsabilidade dos militantes do PSTU, pois há uma necessidade que todos os companheiros e companheiras ajudem nesta tarefa. Convidou a todos para discutir o programa em seminários abertos e a construír a campanha.