Nesse dia 16 de agosto aconteceram manifestações em praticamente todas as capitais do país. Foram atos políticos convocados pelas centrais sindicais para protestar contra o desemprego e contra as ameaças à aposentadoria e aos direitos trabalhistas.

A importância deste dia não está no tamanho em si destas manifestações – que movimentaram fundamentalmente dirigentes, delegados sindicais e ativistas de vanguarda. As exceções, que moveram massa, foram as assembleias de metalúrgicos realizadas em São José dos Campos, em São Paulo e a movimentação na construção civil em Belém.

O que se deve destacar, fundamentalmente, dos acontecimentos desse dia 16 é a unidade de ação construída, envolvendo todas as centrais sindicais, para lutar em defesa de direitos dos trabalhadores e contra o desemprego.

Desde o aprofundamento da crise do governo petista, em meados do ano passado, isso não acontecia. As manifestações convocadas pela CUT no período eram para defender o governo petista, e não os direitos dos trabalhadores. O mesmo tem ocorrido nestes atos convocados pela Frente Povo Sem Medo e pela Frente Brasil Popular.

É verdade que a CUT resistiu. Setores da central negaram-se a participar das manifestações, como em Brasília, Paraíba, Pará, etc. Mas a maioria da central teve de se dobrar ao apelo da unidade para defender os direitos dos trabalhadores que estão sendo atacados pelo governo.

A constituição desta unidade para a luta tem enorme importância num momento em que o governo Temer prepara uma proposta de reforma da Previdência e de mudança na legislação trabalhista – por exigência dos banqueiros e grandes empresários – que implicarão se aprovadas, em ataques profundos à aposentadoria e aos direitos trabalhistas no país.

Não há como enfrentar, de forma eficaz, um ataque dessa envergadura sem uma grande mobilização nacional que, assim, reúna forças para derrotar o governo neste seu propósito. Da mesma forma, não há como enfrentar o desemprego, defender efetivamente medidas que gerem emprego (como a redução da jornada de trabalho sem redução salarial), a não ser dando a esta luta uma dimensão política e nacional.

Nas duas situações, a Greve Geral se apresenta como uma necessidade dos trabalhadores brasileiros hoje. Para defender seus direito à aposentadoria, seus direitos trabalhistas e para lutar contra o desemprego.

É nesta perspectiva que devemos enxergar a unidade e as manifestações que ocorreram no dia 16: um primeiro passo rumo a uma grande mobilização nacional que desemboque numa greve geral contra o desemprego e em defesa da aposentadoria e dos direitos dos trabalhadores brasileiros.

Sabemos que a direção das grandes centrais sindicais, frente à pressão do governo e dos empresários, tendem a ceder e negociar. Se isso ocorrer, caberá aos que tem compromisso com os trabalhadores levar adiante a luta. Mas essa vai ser nossa segunda batalha.

Agora, é fortalecer o processo de unidade e mobilização, e exigir da direção das grandes centrais os passos seguintes, rumo à construção da greve geral para derrotar o governo Temer e preservar nossos direitos e o emprego dos trabalhadores.

Este é o desafio.

Post author