No segundo turno destas eleições, a disputa se concentra em Dilma e Serra. Haverá uma pressão grande entre os trabalhadores para votar na candidata petista e “evitar a volta da direita”.

O PSTU concorda completamente com a luta contra a oposição de direita. Somos radicalmente contra a volta da turma de FHC e do PSDB. Não por acaso, em toda a campanha eleitoral um dos poucos programas de rádio e TV cassados pela Justiça a pedido do PSDB foi o nosso. Nós mostramos que Serra também tem o rabo preso com a corrupção, por ter apoiado o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda.

Mas lutar contra a direita não significa votar em Dilma Rousseff. A direita não é representada nesta campanha só por Serra. Direita e esquerda são termos relativos, mas em geral a direita representa a grande burguesia. E hoje, no Brasil, as grandes empresas estão divididas. Um setor apoia Serra, o que é mais que evidente nas emissoras de TV e nos jornais. Outro setor, que inclui uma parte dos banqueiros (talvez a maioria), as multinacionais e os governos imperialistas, apoia política e financeiramente as duas campanhas, com uma leve tendência para Dilma.

Não por acaso, a candidatura de Dilma arrecadou bem mais do que a de Serra junto às grandes empresas. Também não foi por acaso o apoio dos governos imperialistas para realizar no Brasil a Olimpíada e a Copa do Mundo. Muito menos foi um acaso que a cotação do dólar tenha se mantido estável nas eleições, chegando ao recorde de baixar até R$ 1,60 – bem diferente da eleição de 2002, quando foi para R$ 4.
Temos duas candidaturas em defesa do grande capital nestas eleições, duas candidaturas de direita. Votar em Dilma ou Serra é apoiar a manutenção do plano econômico neoliberal aplicado por FHC e continuado por Lula. É votar contra a reforma agrária que foi bloqueada por FHC e também por Lula. É votar na ocupação militar do Haiti defendida por Dilma e Serra.

Qualquer um dos dois vai atacar os trabalhadores duramente quando a crise econômica internacional voltar a se abater sobre o Brasil. Tanto um como outro já anunciaram sua disposição de mudar a Previdência Social, atacando ainda mais os aposentados. Pense nisso: cada voto em Dilma no segundo turno é uma força a mais para uma nova reforma da Previdência. Uma votação em Serra teria a mesma consequência.
Votar em Serra seria votar junto com FHC, Cesar Maia e Yeda Crusius, velhas figuras da direita deste país. Votar em Dilma seria votar com Paulo Maluf, Fernando Collor, José Sarney, Jader Barbalho, outras figuras da mesma direita que serve como base de apoio ao governo do PT no Congresso.

Nenhum deles será eleito em nosso nome. Votar contra a direita neste segundo turno é votar nulo. Chamamos os trabalhadores e jovens que nos acompanham a seguir votando em nossa legenda 16, o que agora vai significar um voto nulo.
Post author
Publication Date