No dia 10 de janeiro os trabalhadores de Juazeiro (CE) acordaram com as notícias no rádio de que a sessão que cassaria o prefeito Manoel Santana (PT) seria realizada em poucos instantes. Logo, uma grande quantidade de curiosos compareceu a Câmara Municipal para constatar o resultado da votação. Porém, a burocracia petista não estava disposta a abandonar o poder tão facilmente. Na tentativa de imitar os professores em greve, invadiram o plenário para inviabilizar a votação, e foram retirados a força pela polícia. Por 12 votos contra um, o prefeito foi cassado. Mas não parou por aí. O vice-prefeito, Roberto Celestino (PSB) não foi empossado, pelo contrário, foi afastado por irregularidades administrativas. De acordo com a CPI instalada, esse senhor e sua empresa eram beneficiários de contratos com a prefeitura municipal, e diante disso foi afastado por 90 dias; quem toma posse interinamente é Zé de Amélia Júnior (PSL), atual presidente da Câmara. Além disso, caso seja mantido o afastamento do vice-prefeito, quem elegerá o substituto, que cumprirá mandato até 31 de dezembro de 2012, serão os 14 vereadores da Câmara, em votação indireta. Isso porque o mandato já passou da metade. Se as cassações tivessem ocorrido até 31 de dezembro de 2010, haveria nova eleição direta. Nesse caso, opinamos que saiu de cena um bonaparte e entrou um facínora para comandar o aparato.

Quando a votação acabou, o presidente da Câmara se dirigiu para a prefeitura para tomar posse e chegando lá encontrou todo o prédio trancado por dentro. Os cargos comissionados fizeram de tudo para evitar a notificação e o secretário de Segurança Pública Municipal, Cláudio Luz, chegou ao ridículo de se trancar dentro do gabinete do prefeito! A polícia precisou arrombar a sala para que pudessem ser notificados. Nesse momento, Santana estava em Fortaleza apelando para os tribunais para permanecer no cargo por força de uma liminar, enquanto a oposição de direita vai à justiça também para ratificar a votação do plenário.

O dia 10 é para ser comemorado como um feriado municipal, pois embora tenham sido os vereadores que votaram pela cassação do tirano autoritário que governava esta cidade, na verdade a grande vitoriosa é a classe trabalhadora de Juazeiro do Norte. Se não fosse a greve heróica dos professores, que foi amplamente apoiada pela população e reprimida pela suposta “casa do povo”, com Zé de Amélia à frente, esses senhores jamais iriam depor o prefeito. Prova disso é que durante a greve, estes mesmos vereadores votaram um projeto arquivando a cassação, por 7 votos a 3, retiraram-se da sessão debaixo de muita vaia e aos gritos “mensaleiros”, “vendidos” e o mesmo prefeito interino votou a favor. Foi essa mesma Câmara que votou o desmantelamento do PCCR da categoria que era uma reivindicação histórica dos educadores, que esperavam há pelo menos 25 anos para ter seus direitos garantidos, e que agora Zé de Amélia & Cia. queriam retirar.

A sessão que cassou Santana só ocorreu por causa da justiça que ordenou que continuasse de onde parou, quando já haviam nove votos depositados e restavam apenas cinco vereadores votarem. No entanto, de forma alguma este senhor é alternativa para governar Juazeiro. Esse filhote da ditadura já foi tesoureiro de Adauto Bezerra, coronel que governou o Ceará nos anos de chumbo e dirigia o Cariri a mão de ferro, e não hesitou em jogar a policia e a guarda municipal para amedrontar e tocar o terror contra os professores. Também nos posicionamos contra as eleições indiretas, pois dessa forma os picaretas que dirigem a câmara é que vão governar, e não alguém eleito pelo povo. Defendemos que sejam realizadas novas eleições para prefeito de Juazeiro do Norte. Desde já o PSTU se posiciona na oposição a Zé de Amélia Júnior, e convocamos a todos para imediatamente começar a campanha pelo Fora Zé de Amélia!

  • nem celestino, nem Zé de Amélia!
  • abaixo as eleições indiretas!
  • por novas eleições para prefeito de Juazeiro do Norte!