Foi apenas o começo! É preciso manter mobilização nas ruas contra os gastos da Copa e por investimentos em Saúde e Educação!

A manifestação nas ruas produziu sua primeira grande vitória. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB) anunciaram a redução da tarifas dos trens, metrôs e ônibus no início da noite desta quarta-feira.

Além da revogação do aumento da tarifa anunciada no Rio e em São Paulo, 11 cidades já haviam anunciado a redução da passagem, seja através da anulação do aumento ou a redução do índice do reajuste. O aumento já havia sido revogado em João Pessoa, Porto Alegre e Goiânia. Foi reduzida em Cuiabá, Recife, Manaus, Natal e Vitória. As cidades de Caxias do Sul (RS) e Foz do Iguaçu (PR) também anunciaram redução, além da cidade de Campinas (SP).

O recuo dos governos é histórico! Foi produto direto das grandes mobilizações da população realizadas nos últimos dias. Uma prova incontestável de que só com o povo na rua é possível arrancar conquistas. No entanto, é preciso destacar que a medida anunciada, assim como a de muitas outras prefeituras a nível nacional, é apenas uma “suspensão”.  Isto é, acuados pela mobilização de rua, os governos foram obrigados a dar um passo atrás, e tentarão no futuro reajustar a passagem.

Por outro lado, a luta contra as máfias dos transportes continua. As máfias das empresas privadas de ônibus são uma das principais fontes de financiamento das campanhas eleitorais dos partidos burgueses, como o PSDB, o DEM, o PMDB e PSB. Atualmente, mesmo partidos reformistas, como o PT e o PCdoB, vem se utilizando desta fonte de financiamento para suas campanhas. Como diz o velho ditado: quem paga a banda, escolhe a música.

As mesmas empresas que “doam” quantias generosas a esses partidos são as grandes beneficiadas com a farra das “concessões” de compras, obras e serviços sociais e públicos realizados a cada mudança de comando nas prefeituras, governos estaduais e federal. Muitas destas empresas concessionárias são inclusive de parentes, amigos ou testas de ferro de políticos corruptos.

Por isso, o PSTU defende a estatização do transporte público e a gratuidade das passagens. Isso está longe de ser uma utopia, já foi discutido nos velhos tempos do PT, quando Erundina era prefeita de São Paulo, mas não foi aprovado e acabou esquecido. O valor das passagens deve ser subsidiado pelo aumento progressivo de impostos sobre os mais ricos. 

Vamos para ruas no dia 20 de junho!
A revogação do aumento das tarifas nessas cidades foi apenas o começo. É preciso agora continuar as mobilizações nas cidades onde a tarifa não diminuiu. Neste dia 20 de junho, quinta-feira, será realizada um dia nacional de protestos pelo país. Vamos às ruas para comemorar essa grande vitória! Mas é preciso continuar nas ruas para arrancar outras reivindicações. Afinal, como diz a palavra de ordem que ganhou as ruas, “tem dinheiro para Copa, mas não tem pra saúde e educação!”.

 No Brasil, o que está sendo questionado nas ruas não é apenas a redução em alguns centavos das passagens de ônibus, mas a elevação geral do custo de vida, os gastos governamentais com a Copa do Mundo, as parcerias público-privadas e a degradação dos serviços públicos de Saúde e Educação. É preciso lutar contra covardes remoções de moradores pobres em função das obras dos jogos! É preciso acabar com a repressão e desmantelar a Tropa de Choque. Liberdade para todos os presos políticos do PSDB  e PT e o fim de todos os processos! Quem luta não é criminoso!

Mas também é preciso identificar os responsáveis pelo atual estado de coisas do país.  A desaceleração da economia já se manifesta, entre outras coisas, com a inflação que vem corroendo o poder de compra dos salários, que já são baixos. Enquanto isso, o endividamento explode nas famílias. Por outro lado, a juventude, majoritária nos protestos país a fora, percebe que não há mais perspectivas de futuro diante dessa realidade.

A resposta do governo Dilma a desaceleração da economia é de mais arrocho salarial. Também pretende ampliar o chamado “superávit primário” que significa mais cortes no orçamento da Saúde e Educação. 

Por tudo isso, a luta deve prosseguir. Essa foi apenas a primeira vitória!

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