Chapa 1 vence com 60% dos votos em eleição marcada por calúnias e métodos stalinistas por parte da CST (PSOL)Após mais de seis meses de uma campanha de calúnias e difamações implementada pela direção nacional da CST (corrente do PSOL), finalmente ocorreram, de 13 a 15 de julho, as eleições do Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu e Região. A campanha nacional da CST acusava os militantes do PSTU da Baixada Fluminense de roubar as finanças desse importante sindicato da Conlutas no Rio de Janeiro.

Apesar do método do “vale tudo” usado pela direção da CST, houve intenso debate na categoria e os comerciários puderam escolher livre e democraticamente a nova diretoria para o seu sindicato. A entidade tem cerca de 2.100 sócios, distribuídos nas cidades de Itaguaí, Seropédica, Belford Roxo, Nilópolis, Queimados e Nova Iguaçu, a maior parte da região da Baixada Fluminense.

O resultado não deixa dúvidas. Primeiro, houve uma grande participação da base: 1.396 comerciários votaram, representando mais de 60% do colégio eleitoral. E, principalmente, a Chapa 1 venceu as eleições de forma incontestável, obtendo 837 votos, ou seja, 60,52%, deixando a Chapa 2 com 546 votos, ou 39,48%. Houve ainda cinco votos brancos e oito nulos.

A Chapa 2, Unidos Pra Lutar, corrente sindical da CST, ainda mantém duas ações judiciais que buscam cancelar as eleições. Esperamos, sinceramente, que seja reconhecido o resultado da votação. Afinal, apesar das calúnias e das ações judiciais, essa corrente e sua chapa participaram normalmente das eleições, demonstrando que o pleito ocorreu de forma tranquila e democrática.

A divisão da diretoria do sindicato
As diferenças na diretoria do sindicato se intensificaram quando a corrente sindical “Comerciários em Luta”, onde atua a militância do PSTU, propôs acabar com os privilégios que ainda existiam na diretoria da entidade. Eram celulares pagos pela categoria para uso próprio, altas diárias de viagem e, por incrível que pareça, a abertura do sindicato aos sábados, já que a categoria trabalha nesse dia. Essas medidas enfrentaram forte oposição por parte dos militantes identificados com a CST. A partir do debate contra a burocratização na entidade, essa corrente iniciou o processo de ruptura com a diretoria.

Depois, um funcionário da tesouraria da entidade, que era militante do PSTU, foi descoberto, pela própria militância do nosso partido, roubando as finanças da entidade. Por proposta dos camaradas do partido que são da diretoria, e com o acordo da CST, realizamos uma grande assembleia da categoria para explicar o acontecido.

Fizemos um boletim que também informava para a base o fato, demitimos por justa causa o tal funcionário e acionamos na Justiça um processo criminal para prender o ladrão e reaver para os cofres do sindicato o valor comprovado do roubo. Instalamos ainda uma auditoria nas contas do sindicato, elegendo uma comissão de base para acompanhar essa apuração. E o PSTU o expulsou sumariamente do nosso partido.

Apesar de todas essas medidas, tendo na vanguarda os diretores do PSTU, a CST preferiu tirar proveito político do fato para tentar ganhar maioria no aparato da entidade. Portanto, passaram a acusar o diretor de finanças do sindicato, Renato Gomes, que é militante do PSTU, de ter sido o responsável pelo roubo. Acusaram e caluniaram o PSTU, apesar de o ex-funcionário ter assumido tudo através de uma carta que é pública e já foi inclusive entregue à polícia.

Sendo o Sindicato de Comerciários de Nova Iguaçu e Região um sindicato da Conlutas, foi feita uma comissão para apurar as denúncias e tentar que a eleição ocorresse em um clima civilizado. Esse grupo, junto com trabalhadores comerciários da base indicados pelas duas chapas, apurou que nenhum diretor roubou o sindicato. Entretanto, não conseguiu convencer a CST a parar com as calúnias.

Método stalinista
Os militantes da CST passaram a usar o roubo como arma política, caluniando os militantes do PSTU, afirmando na base que alguns deles compraram casas e fazendas. Um método vergonhoso, próprio do stalinismo, que usou e abusou das calúnias para justificar o assassinato de vários dirigentes históricos da Revolução Russa de 1917, inclusive o próprio Leon Trostky. O que nos espanta é uma campanha vil como esta ter sido implementada pela direção da CST, uma organização que se reivindica do movimento trotskista.

Um dos seus dirigentes sindicais chegou a insinuar durante a última reunião da Coordenação Nacional da Conlutas que esse dinheiro teria sido desviado pela direção do PSTU. Depois de ter sido cobrado, outro dirigente da CST disse que tudo havia sido um mal entendido. Tudo cena, pois na base seguia a campanha de calúnias, novamente com um método covarde e stalinista.

Porém, a coisa não parou por aí. Além de atacarem dirigentes históricos da categoria, entraram na Justiça burguesa pedindo o cancelamento do processo eleitoral e atacaram o sindicato no meio da campanha salarial, fazendo, dessa forma, o jogo dos patrões. Estes perceberam que o sindicato estava dividido e endureceram as negociações do acordo coletivo e, até o momento, a categoria está sem o seu aumento.
No dia 11 de junho, feriado de Corpus Christi, enquanto os integrantes da Chapa 1 e o sindicato foram para o calçadão de Nova Iguaçu fechar as lojas que abriram irregularmente, a direção da CST, no mesmo momento, patrocinava um churrasco para os apoiadores da sua chapa, com comida e bebida de graça e farta distribuição de camisetas.

Mas os trabalhadores perceberam essa atitude irresponsável da CST e majoritariamente votaram na Chapa 1, acabando com a divisão, a baixaria e as mentiras de um grupo que só pensou em manter os seus privilégios, contra os interesses dos trabalhadores comerciários.

Esperamos que o resultado das eleições seja respeitado pela direção da CST. Neste sentido, esta corrente que, inclusive, faz parte da Conlutas, precisa retirar as duas ações judiciais e não entrar com nenhuma outra, respeitando assim a vontade da categoria.

Post author Geovani Pereira, de Nova Iguaçu (RJ)
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