A Holanda é o segundo país a rejeitar a Constituição Européia. Apenas três dias após o referendo francês, no qual mais da metade dos 42 milhões de eleitores do país votaram “não” às novas leis que fariam parte do bloco econômico, os holandeses confirmaram as especulações sobre o avanço da onda contra o projeto nos demais países votantes. O repúdio foi ainda maior do que o da França: 61,6% dos holandeses votaram no Não. O comparecimento às urnas, que também não era obrigatório, foi de 62%.

A resposta da população reflete um receio comum à classe de trabalhadores de todos os países: perda de direitos trabalhistas e rebaixamento de salários em favor da expansão das grandes empresas. Os altos índices de desemprego e as crises econômicas também foram decisivos para o repúdio de maior parte das pessoas que votaram. O resultado, assim como na França, mostrou o descompasso entre as instituições e a população. Os eleitores simplesmente ignoraram a opinião de dois terços do Parlamento, que defendiam o Sim.

Projeto em crise
Para entrar em vigor, o documento precisa ser ratificado por todos os 25 membros do bloco. Há uma data limite – 29 de outubro de 2006 – para que ao menos 20 países tenham aprovado a Constituição. Depois dos resultados de França, os governantes simplesmente não sabem o que fazer, pois não havia um Plano B. Caso queiram insistir na conformação da União Européia, os governantes terão de realizar mudanças no projeto de Constituição ou no calendário. Esse será o debate da próxima reunião do Conselho Europeu, nos dias 16 e 17 deste mês. Os presidentes e premiês dos países europeus estarão reunidos um mês antes do próximo plebiscito, o de Luxemburgo, que está marcado para 17 de julho.

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