O governo do Paraná teve que recuar e retirou da pauta a votação do pacote de medidas que atacam os direitos dos servidores públicos. Na tarde desta quinta-feira (12), os parlamentares chegaram à Assembleia Legislativa, que está ocupada por manifestantes há três dias, escoltados pela Tropa de Choque, e só assim conseguiram entrar no interior do local, o que causou a ira dos servidores.

Enquanto os parlamentares realizavam uma reunião às escondidas na Alep, os manifestantes entravam em confronto com a polícia, que usou gás de pimenta e bombas. Os trabalhadores conseguiram, após muita tensão, entrar no local em que os parlamentares se reuniram e devido a isso a sessão foi suspensa.

Após o ocorrido, por meio de nota, o governo do Estado anunciou que vai retirar o projeto de votação. De acordo com a nota divulgada pela Casa Civil, a retirada é em virtude das manifestações ocorridas e para assegurar a integridade física e segurança dos parlamentares.   Os servidores, entretanto, permanecem no local até que seja assinado um requerimento que garanta que o projeto irá mesmo ser retirado de votação.

Os parlamentares tentavam instaurar uma Comissão Geral que permite que os deputados votem em um projeto de lei, em um único dia, sem que a proposta passe por comissões específicas, ou seja, sem que seja devidamente debatida.

As medidas que o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), quer empurrar para os servidores  mexem com a Previdência, com a carreira do funcionalismo, e frontalmente com a autonomia das universidades, entre outros ataques.

Esses projetos põem fim ao quinquênio (adicional por tempo de serviço), às progressões e o plano de desenvolvimento das carreiras dos docentes, com cursos periódicos. Outras medidas também rechaçadas pelos servidores são o fim do auxílio-transporte em períodos de férias e afastamento, e a fusão dos dois planos da Paraná Previdência. Esse último item considerado um dos mais polêmicos, visto que num futuro próximo os servidores correm o risco de não receberem suas aposentadorias.


Ocupação

Os servidores públicos do Paraná radicalizaram suas ações contra as medidas de arrocho que o governo quer implementar no estado e decidiram ocupar  na terça-feira (10) a Assembleia Legislativa.  A ocupação é composta massivamente por trabalhadores da Educação do Estado, que estão em greve há quatro dias, com 100% de adesão da categoria. Tem ainda o apoio de outros segmentos do funcionalismo como servidores da saúde, que também estão em greve,  docentes das universidades estaduais, agentes penitenciários, estudantes e diversos outros movimentos.  

A CSP-Conlutas, a Assembleia Nacional de Estudantes Livre, o Movimento Mulheres em Luta, entre outras entidades ligadas à Central estão juntas a esses trabalhadores e apoiam essa iniciativa.