Ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos, foi exemplo de organização
Toninho Ferreira, de São José dos Campos (SP)

Toninho Ferreira, presidente do PSTU São José dos Campos

São sete anos daquela madrugada de 22 de janeiro 2012.

Foto Kit Gaion

Operação de guerra contra o povo pobre e desarmado, que buscava apenas um pedaço de chão pra morar. Mais de dois mil policiais, cachorros treinados, cavalos, muitas viaturas, dois helicópteros e muita bala e bomba.

Em resposta um povo todo se levantou, no entorno da ocupação, no estado, no Brasil e no mundo. A solidariedade foi fantástica, nos emociona ainda, depois de tanto tempo. Depois do ocorrido, quantas ocupações tiveram o Pinheirinho como referência por este país afora?

As marcas ficaram, na memória das pessoas, nas lembranças das lutas
Quase ninguém se lembra mais dos mandantes do feito, porque a história não guarda lugar aos quebradores de espinha, mas no imaginário do povo aquela luta durará muitos anos.

Uma atrocidade do Estado contra o povo, mostrando seu caráter de classe. Desalojou 1800 famílias, quase 8 mil pessoas em nome de um suposto dono, o milionário chamado Naji Najas, conhecido da população brasileira por fraude e escândalos.

O pior é saber que após sete anos, o terreno ainda continua exatamente sem nenhuma função social. Abandonado, perdido.  Assim é a sociedade capitalista.

Se contarmos o custo da desocupação, o pagamento do aluguel social e a construção das novas casas no longínquo bairro do Pinheirinho dos Palmares, fica evidente que manutenção das famílias no terreno do Pinheirinho, ficaria mais barato. E muito mais legítimo.

Para os poderosos era necessário dar uma lição naqueles que tiveram a coragem, a ousadia de ocupar, parcelar o solo e construir um bairro bem planejado como foi o Pinheirinho.

Lembrar a ocupação Pinheirinho é a certeza que a luta deve continuar enquanto houver uma família sem teto neste país.