Vera Guasso, do PSTU,em reunião com Tarso Genro no dia 2
(Foto: Caco Argemi/Divulgação/Palácio Piratini)

Governador do PT ainda não se posicionou sobre inquérito policial contra lideranças do Bloco de Lutas em Porto Alegre

O PSTU entregou, no dia 2 de outubro, em audiência com o governador Tarso Genro (PT), uma carta aberta denunciando o inquérito 17 que causou um mandado de busca e apreensão nas casas de lideranças do Bloco de Lutas de Porto Alegre.

Nosso entendimento é que essa é uma investigação política aos moldes da ditadura militar, onde ter opinião, ideologia ou manifestar-se é considerado crime; onde a repressão do Estado se dá por fora da lei em desrespeito aos direitos democráticos.

O conteúdo do inquérito reforça nossa certeza que se trata de um inquérito político, sem provas e baseado apenas em depoimentos de policiais nitidamente instruídos para criminalizar as lideranças do movimento. Usa-se como prova a própria acusação absurda do comando da polícia que indicou, em palestra aos policiais, que os militantes ora indiciados seriam “líderes criminosos”. O simples fato de participar de um mesmo movimento ou do DCE é usado para caracterizar formação de quadrilha.

A polícia está subordinada ao governo do Estado. Se o governador Tarso Genro não puser fim aos métodos utilizados neste inquérito e determinar seu arquivamento, estarão colocadas em risco as liberdades democráticas, o direito à livre manifestação e as garantias constitucionais em nosso país.

O governador Tarso Genro, em audiência com a direção do PSTU no dia 2 de outubro, se comprometeu a se manifestar sobre assunto em 15 dias. Até o momento, não recebemos nenhuma resposta do governador passados quase trinta dias do ocorrido. Dessa forma, a intenção de “ouvir a voz das ruas” revela-se demagógica, quando as ações reais são de uma dura repressão.

O PSTU vem a público cobrar do governador a sua resposta e um posicionamento público sobre o tema.

LEIA MAIS
Polícia do Rio Grande do Sul invade casas de ativistas e confisca bens

Zé Maria:Tarso Genro e a sua polícia estão com saudades da ditadura?