Passando por cima das reivindicações da maioria dos trabalhadores, a Articulação Sindical aprovou na sexta-feira, dia 6, a proposta de reforma da Previdência do governo Lula. Para isso contou com a colaboração da CSD e CSC, que fizeram um papel nefasto ao dividir o bloco que propunha retirada do projeto. Foram apresentadas dez propostas de resoluções, mas após várias discussões entre as correntes, restaram cinco.

Esta foi sem dúvida a principal discussão do congresso e mais uma vez deixou claro que a CUT já se transformou em uma central “chapa branca”. O presidente da central, que também é professor, teve a cara-de-pau de dizer que era a favor da reforma porque o “papel da central é a negociação e a CUT precisa ser o elo entre o governo e os trabalhadores”.

Para justificar sua postura conciliadora, a CSC disse que discordava de pontos da reforma, mas que a retirada do projeto poderia levar o “servidor público para o gueto” e que era necessário buscar “alterar o projeto por dentro”.
A emenda proposta pelo Unir a Esquerda e Fortalecer a CUT propunha a revogação da Emenda Constitucional nº 20 e o arquivamento da PEC 40, além de garantir a mobilização dos trabalhadores para exigir do governo que faça a reforma, mas para ampliar os direitos.

O presidente do Andes, Luiz Antonio Lucas, lembrou da situação do Chile e da Argentina, após a privatização da Previdência. “Os trabalhadores só têm a perder com essa reforma que é uma festa para os fundos de pensão e retira direitos, historicamente conquistados”.