Propinas. Corrupção. Assassinatos. O setor de transportes, essencial para a população como saúde, educação e moradia, é controlado por verdadeiras máfias em diversas cidades. Essas máfias financiam as campanhas eleitorais dos partidos burgueses (e do PT), e depois têm a conivência dos governos.

Alguns casos tornaram-se escândalo nacional. Um exemplo é a “máfia do transporte”, em São Paulo, cujos escândalos fizeram parte do noticiário durante meses em 2003.

Inúmeras empresas ficaram sob intervenção, entre elas Expresso América do Sul, Parelheiros, Santa Bárbara, Cidade Tiradentes e São Judas. Laudos policiais e da Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo apontaram que o grupo de viações do empresário Baltazar José de Sousa, que já chegou a ter 61 empresas de ônibus pelo país, devia R$ 259.501.437 ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). E, entre 1996 e 1997, duas de suas empresas enviaram US$ 12 milhões (cerca de R$ 36 milhões) ao exterior.

Diretores do Sindicato dos Motoristas de São Paulo foram acusados, indiciados e presos por recebimento de propinas de empresas de ônibus para realizar locautes (greve de patrões) pelo aumento de passagens. Também foram acusados de envolvimento em assassinato de pelo menos oito sindicalistas. Em 2000, o então presidente do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, Edivaldo Santiago, foi acusado pelo assassinato do presidente do Sindicato dos Motoristas de Guarulhos, Maurício Alves Cordeiro.

Em 2003, quando estouram os escândalos, a prefeita Marta Suplicy (PT) deveria ter aproveitado para estatizar o sistema de transporte, garantindo condições de locomoção à população de baixa renda. Entretanto, cedeu a máfia do empresariado e aumentou as tarifas para R$ 1,70, reservando ainda R$ 119 milhões dos cofres municipais para subsidiar as empresas de ônibus e lotações.

Santo André: o assassinato do prefeito

O assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, também envolveu a máfia de propinas e transporte na cidade.

Rosangela Gabrilli, sócia da Expresso Guarará, denunciou que sua empresa era obrigada a pagar mensalmente propina a pessoas ligadas à administração petista. Ronan Maria Pinto foi acusado de chefiar um esquema de propina, ao lado do empresário Sérgio Gomes da Silva (foto), do vereador Klinger Luiz de Oliveira Souza (PT) e outros. Sérgio está preso, acusado pela morte de Celso Daniel.

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