“Se a história dos operários não pode ser escrita nos livros dos capitalistas,
serão os operários mesmos que vão escrevê-la,
seja como for, e em qualquer papel”
(Boletim dos operários da Sudamtex, fábrica têxtil argentina, 1956)

Estamos travando uma luta nacional contra as demissões e para que os empresários e banqueiros paguem a conta da crise que eles mesmos criaram. Estamos organizando junto com a Conlutas e outras centrais as manifestações do dia 30 de março.

Convencer os trabalhadores e a juventude da necessidade dessa luta é muito importante, em especial os operários, os mais afetados pela crise, e os que podem apresentar uma saída diferente para ela. São eles que, de forma coletiva, produzem toda a riqueza existente na sociedade, injustamente tomada pelos patrões e banqueiros.

É por isso que nossa luta só tem sentido se nós, os trabalhadores, lutarmos para governar o país. Se não for assim, os empresários vão continuar governando e vão tirar todos os nossos direitos e conquistas.

É o que estão tentando fazer agora com a crise econômica. A crise não é natural, ela existe porque, com a queda dos lucros, os capitalistas param de produzir e de investir, demitem milhares de trabalhadores, fecham fábricas e exploram mais os trabalhadores que restam na produção, com cortes de direitos e salários. Seu objetivo é fazer voltar a crescer suas taxas de lucros.

A única saída para evitar isso é os trabalhadores tomarem em suas mãos o destino do Brasil e começarem a construir uma sociedade nova, sem exploração, uma sociedade socialista.

Por isso, defendemos medidas para mudar essa lógica e a forma como a sociedade funciona. Medidas de transição, de ruptura com a lógica destrutiva do lucro capitalista, para uma forma de organizar e produzir que tem como objetivo a satisfação das necessidades das pessoas.

O capitalismo já demonstrou sua incapacidade de resolver os problemas mais básicos, como saúde, moradia, alimentação e trabalho. E agora os agrava com mais desemprego e miséria. Por isso, defendemos redução da jornada sem redução de salários, nenhuma demissão e que os ricos paguem pela crise, estatização das empresas, começando pelas que demitem, estatização do sistema financeiro, reforma agrária, não pagamento das dívidas interna e externa e soberania nacional. Tudo isso sob controle dos trabalhadores, tendo à cabeça os operários.

Para isso, só a luta sindical não basta, embora seja fundamental. É preciso organizar a luta pelo governo da sociedade, para que os trabalhadores organizem e controlem a produção e a distribuição das riquezas que eles produzem. Isso não se dará sem luta, pois significa acabar com um sistema onde poucos patrões vivem no luxo à custa da maioria que vive na pobreza.

É preciso lutar pelo poder político. Precisamos de um partido que queira organizar os trabalhadores para que estes façam uma revolução socialista. Esse partido hoje é o PSTU, é para isso que lutamos todos os dias.

Mas será que a classe operária vai lutar?
Muitos companheiros jovens trabalhadores e estudantes, que nunca viram grandes lutas, se perguntam se os operários vão lutar, se não foram vencidos pelo neoliberalismo.

Essa dúvida é reforçada porque a classe operária no Brasil ainda não está em luta nacional contra a crise. Muitos acreditam em Lula quando ele diz que a crise vai ser curta e que o governo vai garantir os empregos. Outros sentem medo das demissões e preferem ficar “quietos”.

Mas não nos enganemos! A classe operária brasileira é uma das mais fortes do mundo. Foi ela que levou Lula ao governo. Foi ela que construiu o PT e a CUT nas grandes greves das décadas de 1970 e 1980, decisivas para derrubar a ditadura militar.
A peãozada hoje está atenta, ouvindo o que falamos sobre a crise. Vendo quem são seus aliados e seus inimigos. Medindo forças. Preparando a sua luta. Mais cedo ou mais tarde, ela vai entrar em cena. E vamos precisar de uma direção política para conseguir levar suas lutas até o fim e fazer vencer um projeto dos trabalhadores.

A história mostra que o movimento operário tem sido heroico em suas lutas. O que tem faltado é uma direção à sua altura. É para isso que estamos preparando o PSTU.

O PSTU não vai “se vender” se chegar ao poder?
A preocupação em saber se o partido vai se vender é justa. Até hoje, os principais partidos e organizações dos trabalhadores que chegaram ao poder se venderam.
Nossas garantias são o nosso programa revolucionário e a participação da classe trabalhadora em nosso partido.

Até agora, estamos no caminho certo. Não nos vendemos ao governo Lula nem ao dinheiro que vem do Estado. Mas não queremos ser um novo PT nem construir um novo Lula. O nosso governo só vai existir se for de fato um governo socialista, em que os trabalhadores mandem e decidam.

Por isso, o PSTU é um partido das lutas de todos os dias, não aparece só em dias de festa ou em eleições. É um partido de militantes, e para ser do partido é necessário se organizar em um núcleo e contribuir financeiramente para que o partido não dependa de mais ninguém ao não ser dos trabalhadores.

É necessário discutir e defender as ideias do partido, ideias estas que são decididas por seus militantes de forma coletiva em base ao centralismo democrático. No PSTU, todos discutem internamente a posição do partido e depois votam. A posição do partido é a posição da maioria.

O partido sai com uma única política para o combate contra os governos de plantão e os patrões. Essa posição deve ser defendida de norte a sul do país e por todos, em especial pelas figuras públicas. Esse regime, além de garantir que o partido fale o que decide a maioria e não o que pensa cada figura pública, garante que não saiamos divididos para lutar e sim unidos e com força para combater os inimigos.
Por tudo isso, o PSTU precisa ser fortalecido e crescer cada vez mais!
Venha para o PSTU nos ajudar a escrever essa história!

Post author Hermano Melo, de Belo Horizonte (MG)
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