Paulo Barela, da CSP-Conlutas

Com o lemas “11 anos fortalecendo a unidade sindical e popular, classista e independente”, acontecerá em Sumaré (SP), entre 12 e 15 de outubro, o 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas. Em homenagem aos 100 anos da Revolução Russa, o congresso também terá como lema “Outros outubros virão. Outras manhãs plenas de sol e de luz”.

O congresso será um momento para reorganizar os trabalhadores, unificar os lutadores que desejam construir uma alternativa independente e fortalecer uma ferramenta de luta alternativa às centrais burocráticas e aos governos. Vamos nos preparar para os desafios que virão.

Uma central com independência de classe
A CSP-Conlutas vem se consolidado como uma ferramenta que aglutina os trabalhadores, seja no campo, seja na cidade nos movimentos sindical e popular. Também está nas lutas estudantis e dos setores oprimidos, como de negras e negros, mulheres, LGBTs, indígenas e quilombolas.

Presente nos principais acontecimentos políticos do país, a central tem se constituído numa alternativa independente, de luta e classista, em oposição às centrais sindicais que estão traindo os trabalhadores. O 2º Congresso da Central, em 2015, teve como uma de suas principais resoluções um manifesto pela greve geral. Desde então, houve um aprofundando da crise econômica e política, com lutas da classe operária, queda de Dilma, ascensão de Temer e ruptura da confiança dos trabalhadores com a alternativa petista.

Coerente com seu programa contra a conciliação entre a classe trabalhadora e os patrões, a CSP-Conlutas sempre buscou construir um campo de lutas independente. Por isso, não se incorporou aos atos pró-Dilma das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, junto com CUT, PT e PCdoB. Muito menos aos atos chamados pela direita tradicional (MBL, PSDB). Ao mesmo tempo, buscou a unidade de ação nas lutas para enfrentar os ataques dos governos, exigindo das centrais a convocação de uma greve geral para enfrentar a crise e colocar a classe trabalhadora em cena.

A luta pela greve geral
A CSP-Conlutas esteve à frente do chamado à unificação das lutas e à greve geral contra as reformas da Previdência e trabalhista de Temer e do Congresso. Construiu o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, em 8 de março, marcado por grandes manifestações pelos estados. Também impulsionou o Dia Nacional de Mobilização e Paralisações, em 15 de março, e a construção da Greve Geral de 28 de abril, quando o país parou.

O dia 24 de maio ficou marcado nas mentes dos ativistas e lutadores que estiveram na marcha nacional “Ocupe Brasília”. Foram mais de cem mil pessoas, vindas dos mais distantes rincões do país, para protestar contra as reformas de Temer. Diferentemente das demais centrais, que recuaram frente à repressão da Polícia Militar, a CSP-Conlutas, com uma coluna organizada e disciplinada, rompeu a barreira policial e tomou a Esplanada dos Ministérios. Foram mais de quatro horas de batalha campal contra bombas de gás e de efeito moral, balas de borracha, cavalos e armas letais. Infelizmente, as cúpulas das centrais sindicais ordenou às suas colunas que recuassem, enquanto a CSP-Conlutas mantinha sua posição de defesa dos manifestantes.

Diante da traição das cúpulas das centrais, fortalecer a CSP-Conlutas
Infelizmente, depois desses importantes fatos produzidos pela classe trabalhadora, as cúpulas das centrais, especialmente da CUT, da Força Sindical e da CGT, atuaram para desmontar a nova greve geral que estava marcada para o dia 30 de junho. Ainda assim, a classe foi para a rua. Milhares pararam suas atividades e fizeram protestos, ocupações, trancamentos de vias públicas e estradas e manifestações nas periferias.

A traição das cúpulas custou a aprovação da reforma trabalhista no Congresso de corruptos em troca da negociação de uma Medida Provisória que substitui o imposto sindical por outro dispositivo compulsório de descontos nos salários dos trabalhadores, com o argumento de financiar a atividade sindical. A CSP-Conlutas é contrária a esse imposto.

100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA
O socialismo como horizonte

O congresso também será marcado pela comemoração dos 100 anos da Revolução Russa e sua atualidade.

A CSP-Conlutas, muito além de organizar os trabalhadores para lutar contra os planos econômicos e os governos burgueses, é uma organização que luta contra o sistema capitalista para fazer avançar a construção de uma sociedade socialista. Uma sociedade sem opressores e sem oprimidos, governada pelos trabalhadores.

Saiba mais

Quer participar do congresso?

Todas as entidades sindicais, oposições e minorias de direções, movimentos populares, estudantis e de luta contra opressões filiados à central podem participar do congresso. Mas atenção: devem estar em dia com a tesouraria conforme regimento aprovado na Coordenação Nacional.

Das taxas e cronograma

As taxas cobrirão as despesas de hospedagem e alimentação dos participantes durante todos os dias do congresso. Não estão incluídas despesas de deslocamento até o congresso. Essas serão de responsabilidade das entidades.

Datas importantes

10/7 – Data inicial para recebimento da inscrição de contribuições e propostas de resoluções

17/ 7 – Publicação de contribuições e propostas de resoluções e abertura do cadastro para inscrição das entidades

31/7 a 15/9 – Período de realização das assembleias das entidades sindicais e movimentos populares (comunicação à secretaria com pelo menos cinco dias de antecedência)

11/9 – Data final para recebimento de contribuições e propostas de resoluções

15/9 – Data limite para inscrição dos participantes das entidades sindicais e movimentos populares e pagamento das taxas

16 a 30/9 – Eleição dos representantes dos movimentos de luta contra as opressões e juventude (5% conforme o estatuto)

1º/9 – Data limite para inscrição e pagamento das taxas dos movimentos de luta contra as opressões e juventude

12 a 15/10 – 3º Congresso da CSP-Conlutas

Taxas

Entidades sindicais urbanas: R$ 1.050

Sindicatos de trabalhadores rurais: R$ 330

Minorias de entidades sindicais urbanas: R$ 800

Oposições sindicais: R$ 650

Movimentos populares: R$ 330

Movimentos estudantis e de luta contra as opressões: R$ 330

Critérios para eleição de delegados

Organize sua entidade que já está filiada ou venha conhecer a CSP-Conlutas. Saiba como participar do congresso aqui:

http://cspconlutas.org.br/congresso/regulamento/

Construir uma nova greve geral

Metalúrgicos unificam lutas contra as reformas

Os principais sindicatos de metalúrgicos do país decidiram, no dia 4 de agosto, promover iniciativas conjuntas contra as reformas trabalhista e da Previdência de Temer e para fortalecer a campanha salarial da categoria agora no segundo semestre.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e a CSP-Conlutas participaram do encontro. O presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, propôs a realização de um dia nacional de luta em setembro, unindo os metalúrgicos de todas as centrais sindicais. A proposta foi aprovada, e a data da mobilização deverá ser 14 de setembro.

Os metalúrgicos lutam para barrar a implementação da reforma trabalhista no setor a partir da modificação dos acordos coletivos. “Na base dos metalúrgicos, não vai ter reforma trabalhista. Vamos resistir a toda essa barbárie que o governo Temer quer cometer contra os trabalhadores. Vamos pra cima para garantir a assinatura das convenções coletivas, reivindicar a adoção do Contrato Coletivo Nacional e impedir que a reforma seja colocada em prática”, disse Macapá.

Greve geral no horizonte
O dia nacional de lutas pode ser também uma referência para todos os outros setores dos trabalhadores que estão na luta contra as reformas e o ajuste fiscal.

Convocadas pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), diversas categorias do funcionalismo público se reuniram em Brasília para discutir os ataques do governo aos serviços públicos. Uma decisão importante foi a unificação da luta com outras categorias operárias, sobretudo com os metalúrgicos que vão construir o dia nacional de lutas em setembro.

Portanto, está sendo construída uma data nacional de lutas para unificar o combate às reformas. Isso coloca, novamente, a construção de uma forte greve geral no horizonte para derrotar os ataques de temer e do Congresso. “Acreditamos que somente com a unidade e a exigência às demais centrais por uma nova greve geral é que conseguiremos barrar os ataques contra os trabalhadores e por pra fora esse governo corrupto de Temer”, pontuou Paulo Barela, da CSP-Conlutas.