João Fontes: PDT está aberto para todos os “radicais”

Eugênio Nascimento
Agência Nordeste

ARACAJU – “O PDT está aberto não apenas para mim. Os pedetistas gostariam de ter no partido também a senadora Heloísa Helena e os deputados federais Luciana Genro e Babá. Cabe a eles decidirem”. O comentário foi feito hoje pelo deputado federal João Fontes (sem partido), um dos quatro “radicais” expulsos do PT no final do ano passado. Fontes, que já fez a sua opção pelo PDT, afirmou ainda que somente se filiará ao partido quando ele se afastar do governador de Sergipe, João Alves Filho (PFL). “Quando isso acontecer, o partido passará a ter a minha cara e atuará de forma independente. Acredito que até a segunda semana depois do segundo turno as lideranças estaduais do PDT deixarão a agremiação”, disse.

Ele afirmou ainda que o atual presidente do PDT em Sergipe, senador José Almeida Lima, e outros dois senadores se filiarão ao PSDB uma ou duas semanas depois da realização do segundo das eleições municipais. “Isso já foi acertado. Almeida me disse que o PSDB pretende fazer um grande ato em Brasília para receber os três novos quadros”, comentou João Fontes. O parlamentar disse que o sonho do P-Sol está “temporariamente” inviabilizado, pois “não há como organizar o partido para disputar as eleições de 2006 e se isso acontecer o nosso tempo na TV será o mínimo, não teremos quase nada de fundo partidário e a tendência será cair no ostracismo. Temos que fazer a opção pela sobrevivência”.

João Fontes considera positiva a aproximação do PDT com o PPS e acredita que essa iniciativa poderá fortalecer ainda mais a candidatura da senadora Heloísa Helena à Presidência da República. “Roberto Freire já deixou claro que também deseja apoiá-la. Acho que ela será o novo, a candidata realmente de oposição e com vocação para crescer em todo o País”, concluiu.

PSOL enfrenta crise por causa do pleito de 2006

17/10/04

Andreza Matais e Raquel Ribeiro Alves – Agência Nordeste
LINK: http://www.tribunadonorte.com.br/anteriores/2004/10/17/politica/poli2.html

Brasília – As eleições majoritárias de 2006 já provocam um rebuliço no mais novo partido de esquerda do País. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), criado pelos radicais expulsos do PT no final do ano passado, vive um dilema, antes mesmo de conseguir o registro provisório na Justiça Eleitoral. De um lado estão os que defendem alianças com outros partidos no mesmo campo para viabilizar candidaturas vitoriosas no próximo pleito. Do outro, estão aqueles que acham que “alianças eleitorais” descaracterizariam a proposta do PSOL, de ser o único partido verdadeiramente de oposição ao Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A ferida já tem nome e sobrenome: o deputado João Fontes (SE), um dos fundadores do PSOL, juntamente com a senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados Babá (PA) e Luciana Genro (RS). O deputado coloca que o partido não pode chegar nas eleições de 2006 isolado, sob o risco de sucumbir à cláusula de barreira. “Temos de evitar ir para o gueto. Estamos isolados no Congresso e precisamos disso (alianças) para evitar o ostracismo em 2006 e enfrentar a cláusula de barreira. Depois que ela for implementada haverá seis ou sete partidos no país e queremos estar presentes no processo político”, afirmou.

Neste sentido, o deputado admite migrar para o PDT, caso o PSOL enfrente problemas na justiça para obter seu registro definitivo. Até o final do ano, a nova legenda precisa de 438 mil assinaturas para conseguir o registro provisório e o passaporte para poder disputar as próximas eleições. Fontes garante que já são mais de 300 mil as assinaturas coletadas.

Resolvido o problema do registro, há ainda um outro elemento que preocupa o parlamentar: o PSOL irá para as eleições de 2006 sem uma estrutura forte para competir com os grandes partidos. Algo que o PDT, por sua vez, já tem a oferecer. “Não teremos tempo de TV, não teremos dinheiro do fundo partidário. A minha visão é que temos que encontrar uma alternativa para a candidatura da Heloísa”, disse.

O sergipano afirma que tem sido assediado pelo PDT há mais de um ano. O partido do ex-governador Leonel Brizola confirma que gostaria de ver os radicais entre os seus quadros. “Vou falar o mesmo que o Brizola disse para o Prestes quando a ditadura getulista lhe tirou a legenda: abro as portas do PDT para você sem fazer nenhuma exigência. O partido está aberto a todos que se sintam impedidos de exercer sua opinião”, afirmou o presidente do partido, Carlos Lupi.

O pedetista deixou claro que não faz campanha pelo fracasso do PSOL. Ao contrário, torce pelos radicais, mas apenas oferece a mão em caso de problemas. “Em ocorrendo qualquer dificuldade estamos abertos”, frisou. Lupi revelou que sobre este assunto o próprio Brizola já havia conversado com Heloísa. “Foram três conversas. Uma delas antes de o presidente morrer”, contou. Leonel Brizola faleceu em 21 de junho deste ano.

Quarta, 13 de outubro de 2004, 16h00

Deputado João Fontes pretende se filiar ao PDT

http://noticias.terra.com.br/eleicoes2004/interna/0,,OI402391-EI2542,00.html

O deputado federal João Fontes (sem partido) deverá se filiar ao PDT até dezembro deste ano ou, no mais tardar, até o meio de 2005, enquanto aguarda o processo de encaminhamento de criação do PSOL. Apontado ao lado dos também deputados federais Luciana Genro e Babá e da senadora Heloísa Helena como um dos radicais do PT, partido do qual foi expulso em 2003, Fontes alimenta a esperança de que todo o grupo faça a mesma opção e apresente a senadora como candidata à Presidência da República em 2006.
“A gente já vinha negociando com o ex-governador e ex-presidente do PDT, Leonel Brizola, e agora, até que seja viável a criação do PSOL, eu e alguns amigos nos tornaremos pedetista“, anunciou. Na verdade, ele diz não simpatizar com o projeto de criar um novo partido comprometido com concepções trotskistas e fechado, tipo um novo PSTU, conforme afirmou.

O PSOL já conseguiu pouco mais de 300 mil assinaturas para o seu manifesto e pretende atingir os 400 mil até o início do próximo ano. Ainda assim, João Fontes teme que o partido fique inviabilizado de disputar as eleições de 2006. “O nosso grupo político precisa entrar na disputa, inclusive contando com a senadora Heloísa Helena (AL) na condição de candidata à Presidência da República“, explicou o parlamentar, que acredita na possibilidade de conquistar novos quadros para esse projeto.

João Fontes explicou ainda que não é seu projeto ingressar num PDT aliado do PFL, como acontece hoje em Sergipe. “Pelo que estou sabendo, os atuais dirigentes do PDT sergipano já estão com um pé no PSDB, a exemplo do senador José Almeida Lima. Com a saída desse pessoal próximo do governador João Alves Filho (PFL), nós entraremos e trabalharemos um partido com espírito de oposição, que atuará com total independência em Sergipe e na esfera nacional“, afirmou o deputado federal.

Partido de Heloísa Helena enfrenta primeira crise

Agencia Nordeste
16:10 17/10

http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/brasil/1773001-1773500/1773456/1773456_1.xml

BRASÍLIA – As eleições majoritárias de 2006 já provocam um rebuliço no mais novo partido de esquerda do País. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), criado pelos radicais expulsos do PT no final do ano passado, vive um dilema, antes mesmo de conseguir o registro provisório na Justiça Eleitoral. De um lado estão os que defendem alianças com outros partidos no mesmo campo para viabilizar candidaturas vitoriosas no próximo pleito. Do outro, estão aqueles que acham que “alianças eleitorais” descaracterizariam a proposta do PSOL, de ser o único partido verdadeiramente de oposição ao Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A ferida já tem nome e sobrenome: o deputado João Fontes (SE), um dos fundadores do PSOL, juntamente com a senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados Babá (PA) e Luciana Genro (RS). O deputado coloca que o partido não pode chegar nas eleições de 2006 isolado, sob o risco de sucumbir à cláusula de barreira. “Temos que evitar ir para o gueto. Estamos isolados no Congresso e precisamos disso (alianças) para eevitar o ostracismo em 2006 e enfrentar a cláusula de barreira. Depois que ela for implementada haverá seis ou sete partidos no país e queremos estar presentes no processo político”, afirmou.

Neste sentido, o deputado admite migrar para o PDT, caso o PSOL enfrente problemas na justiça para obter seu registro definitivo. Até o final do ano, a nova legenda precisa de 438 mil assinaturas para conseguir o registro provisório e o passaporte para poder disputar as próximas eleições. Fontes garante que já são mais de 300 mil as assinaturas coletadas.

Resolvido o problema do registro, há ainda um outro elemento que preocupa o parlamentar: o PSOL irá para as eleições de 2006 sem uma estrutura forte para competir com os grandes partidos. Algo que o PDT, por sua vez, já tem a oferecer. “Não teremos tempo de TV, não teremos dinheiro do fundo partidário. A minha visão é que temos que encontrar uma alternativa para a candidatura da Heloísa”, disse.

O sergipano afirma que tem sido assediado pelo PDT há mais de um ano. O partido do ex-governador Leonel Brizola confirma que gostaria de ver os radicais entre os seus quadros. “Vou falar o mesmo que o Brizola disse para o Prestes quando a ditadura getulista lhe tirou a legenda: abro as portas do PDT para você sem fazer nenhuma exigência. O partido está aberto a todos que se sintam impedidos de exercer sua opinião”,
afirmou o presidente do partido, Carlos Lupi.

O pedetista deixou claro que não faz campanha pelo fracasso do PSOL. Ao contrário, torce pelos radicais, mas apenas oferece a mão em caso de problemas. “Em ocorrendo qualquer dificuldade estamos abertos”, frisou. Lupi revelou que sobre este assunto o próprio Brizola já havia conversado com Heloísa. “Foram três conversas. Uma delas antes de o presidente morrer”, contou. Leonel Brizola faleceu em 21 de junho deste ano.

Apesar do “namoro” declarado com o PDT, João Fontes nega que o PSOL esteja vivendo sua primeira crise interna. “Não sou uma dissidência. O PSOL ainda não nasceu oficialmente e eu continuo recolhendo assinaturas”, garantiu. Os demais membros do partido se apressam para também desmentir o racha. “Baixa
no partido coisa nenhuma. Ele está na luta pela legalização do PSOL! Isso é coisa dele e se for, respeito pois será sempre meu companheiro”, afirma Heloísa Helena (AL). “Não tem racha nenhum. O partido continua na luta”, completa Babá.

Os dois radicais discordam da visão de Fontes de que é preciso fechar acordos para garantir a sobrevivência
eleitoral dos nomes do PSOL em 2006. “Faço parte de um projeto para construir um abrigo da esquerda que não se vende. Não importa se o partido será pequeno. Se for, não será um nanico que atua como moeda de troca”, disparou a alagoana. Sobre o ingresso no PDT, em caso de dificuldades para a criação do PSOL, a senadora garante que nem mesmo considera a hipótese. “Estou dando o máximo da minha capacidade para a criação desse partido”, disse.

Outro criador do partido, o deputado Babá aponta razões para não se aliar ou mesmo migrar para outra legenda. Segundo ele, seria incoerente o grupo migrar para outros partidos que, em algum momento, votaram com o Governo Lula. “É impossível fazer alianças com esses partidos. O candidato do PDT à Prefeitura de Salvador (João Henrique) é ex-aliado do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL). Não dá! O PDT foi da base do Governo, seria um equívoco”, disse.

Esta posição o deputado diz que mantém mesmo diante da possibilidade de não ser eleito em 2006. Nas eleições passadas Babá precisou de mais de 40 mil votos para chegar à Câmara Federal. Segundo ele, em 2006, serão necessários pelo menos 170 mil votos. Ele sabe que as chances são pequenas. “Não farei o que Lindberg Faria (PT-RJ) fez. Não tenho medo do ostracismo”, disse. O petista integrava o grupo dos radicais, mas mudou de posição diante da promessa do partido de apoiar sua candidatura à prefeitura de Nova Iguaçu
(RJ).

As dificuldades para eleger Heloísa Helena presidente serão ainda maiores. Mas os integrantes do PSOL garantem estar prontos para o desafio. “Se fosse carreirista jamais colocaria meu nome na disputa. Mas, tenho obrigação e estou pronta para isso”, afirmou. “Heloísa poderia ser eleita senadora facilmente, mas vai sair para a presidência. Se conseguir 10% dos votos, nós já consideramos isso uma vitória”, complementou Babá.

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