Em 28 de março de 1968, o estudante Edson Luis foi assassinado pelo regime militar, fato que gerou enormes protestos contra a ditadura e uma forte greve nas universidades do Rio de Janeiro. Desde então, essa data passou a ser um histórico dia de lutas dos estudantes, marcado por grandes mobilizações da comunidade universitária e das escolas secundaristas.

Passados 37 anos, a Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes (Conlute) organizou em todo o país atividades e passeatas contra o maior ataque de todos os tempos contra a Educação superior: a reforma Universitária de Lula e do FMI. Confira, abaixo, como foram alguns desses protestos:

Fuga do reitor e debate sobre a reforma
Cerca de 350 estudantes ocuparam o Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina para impedir que a reitoria votasse posição favorável à reforma Universitária. O conselho foi dissolvido, o reitor fugiu pelos fundos e os estudantes reorganizaram o Comitê de Luta contra a reforma Universitária.

Debates sobre a reforma
Já em Campinas (SP), a Conlute organizou junto a AdUnicamp um debate sobre a reforma Universitária e participou de uma atividade do Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) para discutir os desafios do movimento estudantil. Também esteve nos protestos pelo passe-livre na cidade.

Pega na mentira!
Foi organizado pelos Centros Acadêmicos de História, Psicologia, Letras e Ciências Sociais da UFPB um debate público chamado “No dia 10 de abril, não acredite na mentira do governo Lula: diga NÃO à reforma Universitária”, que chamou a atenção de toda a comunidade.

Vaias para a UNE…
No centro do Rio de Janeiro, cerca de 850 estudantes secundaristas e universitários saíram às ruas para denunciar a máfia dos transportes e o fim do passe-livre intermunicipal. Palavras de ordem exigiam do governo Lula uma lei que garantisse o passe-livre nacional. O protesto também foi marcado por uma grande radicalidade contra a reforma Universitária: “Ô Lula, que papelão, essa reforma é privatização!” A União Nacional dos Estudantes (UNE), que foi à manifestação com o objetivo de tumultuá-la, foi amplamente rejeitada por conta de seu governismo, sendo varrida do ato sob uma onda de vaias: “Eu, eu, eu, a UNE já morreu!”, gritavam os manifestantes.

Bandejão e teatro contra a reforma
Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Conlute ajudou a promover e participou de um ato-show contra a reforma Universitária e o aumento do preço do Restaurante Universitário. Várias bandas tocavam enquanto os estudantes almoçavam. Houve uma esquete de teatro sobre a reforma dentro do restaurante e em seguida foi realizada uma assembléia para definir as futuras atividades do movimento.

Foram ainda organizadas atividades em Juiz de Fora (MG), Brasília (DF), Belém (PA), Criciúma (SC) e Maringá (PR). Todas foram marcadas pelo enfrentamento com o governo Lula e suas reformas neoliberais. A campanha contra a reforma Universitária se fortalece a cada dia e prepara para abril a construção de Comitês de Luta que vão impulsionar junto com a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) uma semana de mobilização em maio contra as reformas, o pagamento da dívida externa e as negociações em torno da Alca.

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