Não às demissões! Uma das mineradoras que mais lucrou no mundo nos últimos anos faz seus operários pagarem pela crise.A mineradora Vale – antiga Companhia Vale do rio Doce – acaba de anunciar a demissão de 1.300 trabalhadores. Outros 5.500 terão férias coletivas. A unidade de minas Gerais será a mais atingida.

A medida foi creditada à crise mundial que, segundo a empresa, diminuiu as encomendas. No Rio de Janeiro, a Valesul, produtora de alumínio pertencente ao grupo Vale, já havia demitido mil funcionários.

Em todo o mundo, a Vale emprega 62 mil operários. A mineradora atua nos cinco continentes e é uma das empresas que mais lucrou no planeta nos últimos anos com os altos preços das matérias-primas. Em algumas horas de trabalho, um operário da Vale produz o equivalente ao seu salário.

A companhia – que era estatal – foi vendida num leilão cheio de irregularidades, em 1998, a preço de banana. Os verdadeiros donos da Vale são os seu empregados, aqueles que a empresa quer que sofram as conseqüências da crise e da queda de produção. A reestatização da Vale tem de estar na ordem do dia.

Outras gigantes da siderurgia já anunciaram que farão cortes. A ArcelorMittal, atualmente maior siderúrgica do mundo, pretende desligar 9 mil funcionários. Só no Brasil, a empresa já deu férias coletivas a mais de mil empregados. A Gerdau também já toma medidas para reduzir a produção. A empresa vai antecipar férias em subsidiárias e não descarta demissões.

Os trabalhadores da mineradora não podem aceitar nenhuma redução de direitos, muito menos demissões. É preciso cercar de solidariedade os operários da Vale e exigir a imediata readmissão dos demitidos. Se não for travada esta batalha agora, outras demissões ainda maiores virão em breve.

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