A Vale anunciou no final de maio um corte drástico nos seus investimentos para 2009. Ela pretendia investir 14,2 bilhões de dólares e rebaixou para 9 bilhões de dólares.

Dos nove grandes projetos de investimentos que se mantiveram, quatro são no exterior e cinco no Brasil. A metade dos investimentos vai para projetos fora, onde a Vale busca diversificar a produção, depender menos do minério de ferro e se tornar a primeira mineradora do mundo.

Os investimentos mostram a estratégia da Vale de abandonar paulatinamente a produção de minério de ferro em Minas Gerais (hoje responsável por dois terços da produção) e dobrar a produção em Carajás (PA), cujo minério tem alto teor de ferro. Demonstração evidente é que 80% do corte da produção de minério se deu em Minas Gerais, fechando quatro minas e com redução drástica da produção.

A Vale ficará com cerca de 10 mil trabalhadores ociosos no sistema Sul/Sudeste. A empresa vai virar as costas a quem lhe deu riqueza e abrigo nos últimos 67 anos. Todos os trabalhadores perderão, inclusive os de Carajás, pois a Vale aproveitará a capacidade ociosa para cortar direitos e rebaixar salários, coisa que tentará fazer no segundo semestre, na campanha salarial.

Por isso, para 2009, a mineradora investirá somente em um projeto em Minas Gerais (Apolo), com um gasto de 9 milhões de dólares, isto é, 0,1% dos investimentos totais em 2009.

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