Parlamentares e sindicalistas contrários à reforma são ovacionados…

Os sindicalistas e parlamentares que estão construindo a mobilização e são pela retirada da PEC foram muito aplaudidos. Especialmente os radicais ameaçados de expulsão pelo PT, como Luciana Genro, Babá e João Fontes. A senadora Heloísa Helena, então, foi ovacionada, ao dizer que “a reforma só serve aos gigolôs do FMI”.

O presidente do PSTU, Zé Maria, também foi muito aplaudido ao defender a retirada do projeto do Congresso e dizer que não é possível emendar essa reforma do FMI.

…já os pró-reforma são vaiados sem piedade

`LuizPorém, o setor que está atuando a favor do Governo e defendendo as reformas foi hostilizado pela massa de manifestantes. Luis Marinho, recém eleito presidente da CUT, foi tão vaiado pelo conjunto, que não conseguiu se fazer ouvir e teve que encerrar seu discurso em menos de 2 minutos. Ele ainda ensaiou “Não venho como amigo do Lula”, em seguida se confrontou com os manifestantes “Não estou entendendo a posição desses companheiros”. No final, sem conseguir colocar a posição oficial da CUT em defesa de emendas “para melhorar” a reforma, apelou e saiu conclamando que “os companheiros do PSTU parem com esse comportamento porque isso não ajuda a classe trabalhadora” , na tentativa de fazer colar e ecoar na mídia de que as vaias eram essencialmente dos militantes do PSTU, quando, na verdade, mais de 80% do ato o estava vaiando sem parar.

Nelson Pellegrino (PT-BA), líder do governo no Congresso, foi outro tremendamente vaiado e hostilizado. Manifestantes, muitos, inclusive, petistas de base, gritavam “traidor”, “pelego”. Inácio Arruda (PC do B-CE), que votou a favor da reforma na Comissão de Constituição e Justiça, agilizando o trabalho para o governo no Congresso, também foi vaiado sem dó.

O PCdoB também tentou responsabilizar o PSTU pelas vaias. Copiando Luís Marinho, buscou taxar os que estavam vaiando como “uns poucos militantes do PSTU”, quando a revolta e as vaias eram da grande massa presente no ato, toda ela indignada com o governo e seus representantes no Parlamento e dentro das entidades sindicais.

Post author Rogério Marzola,
diretor da Fasubra
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