Sem-teto anunciam resistência total à liminar da Justiça que permite derrubar barracosEm entrevista concedida a jornal local, no começo do ano, o prefeito Eduardo Cury (PSDB) destilou seu ódio de classe aos cerca de 7 mil sem-teto que sobrevivem na ocupação Pinheirinho, na zona sul de São José dos Campos.
Cury elegeu como o “problema mais grave” da cidade a ocupação sem-teto e manifestou sua vontade de derrubar todos os barracos da área (diga-se de passagem: área particular e de propriedade do megaespeculador corrupto Naji Nahas).
A pressão do prefeito tucano teve efeito na Justiça, que concedeu nesta segunda-feira, dia 30 de janeiro, liminar à Prefeitura de São José dos Campos em que autoriza a imediata demolição dos 1.800 barracos construídos pelas 1.300 famílias de sem-teto que ocupam a área.
O prefeito e sua claque devem se reunir ainda hoje para traçar os planos para destruir os lares dos sem-teto, segundo informa o noticiário local.
RESISTÊNCIA TOTAL
Os sem-teto do Pinheirinho vão resistir à ordem de derrubada dos barracos, por meio de uma forte mobilização e também pelos caminhos da Justiça, segundo informou um dos líder da ocupação, Valdir Martins, o Marrom.
“Mais uma vez sofremos um golpe, mas não será isso que vai nos abater. A partir de agora estamos chamando todas as entidades, sindicatos, igrejas e movimentos a nos apoiar, a fim de que possamos resistir a esta medida descabida e que atinge famílias pobres e sem-teto”, comentou Marrom.
SAIBA MAIS
No caso do Pinheirinho, especificamente, o prefeito Eduardo Cury defende ninguém menos do que o megaespeculador libanês Naji Nahas. Através da massa falida da empresa Selecta, ele se diz dono da área do Pinheirinho.
Antes da ocupação (realizada em 26 de fevereiro de 2004), a área, que tem 1,3 milhão de metros quadrados, estava abandonada havia décadas.
Só em impostos, Naji Nahas deve cerca de R$ 6 milhões, valor que possibilitaria a Prefeitura fazer a desapropriação da área em favor dos sem-teto. O termo técnico e jurídico disso é “adjudicação”. O prefeito poderia mover esta ação facilmente, mas ele não quer ajudar os pobres.
O prefeito tucano está contra os moradores do Pinheirinho e a favor de Naji Nahas, figura sombria (proibida de entrar em muitos países) que foi condenado a pagar uma multa de R$ 10,2 bilhões por causa de articulações irregulares no mercado financeiro. Em 1989 ele quase provocou a quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
Elegendo uma ocupação em área privada o “problema número um” de sua administração, Cury escancara sua opção preferencial pelos ricos (mesmo que seja alguém como Naji Nahas).
Além disso, com sua afirmação, o tucano se esquece do déficit habitacional na cidade, da superlotação nos postos de saúde e nos hospitais da cidade e do desemprego crescente.
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