Incêndio em Rondônia CBM/RO
Redação

REDAÇÃO

No dia 19 de agosto, a população da cidade de São Paulo, região mais populosa do país e de todo o continente, viu a tarde se transformar em noite num estranho fenômeno que causou susto e apreensão. Uma espessa nuvem negra se abateu sobre a região e, em algumas localidades, uma chuva escura chegou a cair.

Pouco depois, institutos como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirmavam que a fumaça tinha origem nas queimadas em diversos pontos da América do Sul, como na tríplice fronteira entre Bolívia, Paraguai e Brasil, pegando parte do Pantanal, além da Amazônia. As queimadas, junto a uma frente de ar fria, teriam causado a repentina escuridão. Em outras cidades do interior do estado, o céu ficou laranja.

O caso chamou a atenção para o cenário infernal que ocorre na região amazônica, em que as florestas localizadas no Amazonas, no Acre e em Rondônia ardem há meses. Se é verdade que esse período é tradicionalmente uma época de queimadas, é fato que os focos de incêndio são os maiores desde 2013 e que, numa época em que já deveriam estar terminando, multiplicam-se.

A verdade é que estamos vivendo uma verdadeira hecatombe ambiental. Ruralistas e madeireiros desmatam e queimam florestas para fazer pastos; garimpeiros e mineradoras invadem reservas indígenas.

O governo Bolsonaro não só fecha os olhos para essa tragédia. É antes uma política do governo de promover, literalmente, terra arrasada no meio ambiente para favorecer ruralistas, mineradoras e garimpo. Desde as eleições, Bolsonaro promete acabar com qualquer tipo de proteção ao meio ambiente, acabar com reservas indígenas e quilombolas. Uma vez no governo, implementa esse projeto sem meios termos.

Bolsonaro e o seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, desmontam o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), órgão responsável pela execução de políticas ambientais. Trocaram a diretoria do ICMBio, instituto que fiscaliza as unidades de conservação, colocando em sua presidência um coronel da Polícia Militar de São Paulo. O ápice da perseguição aos órgãos ambientais e de pesquisa foi a demissão do presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão. Bolsonaro contestou os dados do reconhecido órgão de pesquisa sobre o alarmante avanço do desmatamento no Brasil e acusou seus cientistas de estarem ligados a ONGs.

Primeiro, Bolsonaro negou que houvesse desmatamento e contestou os dados dos institutos de pesquisa. Agora, não podendo mais esconder os fatos e de forma constrangedora, acusa as ONGs de estarem incendiando a Amazônia. O ministro Salles, por sua vez, responsabiliza a população do estado pelas queimadas, gente pobre que mais sofre com esse inferno causado pelos madeireiros e ruralistas. Ricardo Salles, inclusive, já foi condenado por favorecer empresas de mineração quando fazia parte do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

A barbárie ambiental que estamos presenciando faz parte dessa política do governo Bolsonaro, que incentiva o avanço do desmatamento, do garimpo e das queimadas com seu discurso, com a perseguição a cientistas e aos órgãos ambientais e com o desmonte de todo o serviço público voltado à área. Para isso, persegue indígenas e quilombolas e, recentemente, acabou de aprovar uma lei permitindo o porte de armas em propriedades rurais. É uma política de extermínio da floresta e do povo que dela depende.

Essa política está ligada ao seu projeto de entrega do patrimônio nacional para o capital estrangeiro, incluindo a Amazônia e seus recursos às grandes mineradoras internacionais.

É preciso tomar as ruas e defender a floresta contra esse governo entreguista. Defender o meio ambiente e a população indígena, ribeirinha e quilombola desse massacre.

Fora Salles, já!

Amazônia fica, Bolsonaro sai!